quinta-feira, setembro 29

Votações:

Encerradas as votações.

Estaremos entrando em contato com as bandas.

Vale lembrar que:

     Na categoria "Nem tudo está perdido" o segundo lugar ficou com a banda Overdrive com 60 (19%) dos votos e em terceiro lugar, a banda Bazzara com 55 (18%) dos votos.
     E na categoria "Meus ouvidos estão sangrando" o segundo lugar ficou com a banda Desideratu com 91 (32%) dos votos e em terceiro lugar, a banda Andranjos com 33 (11%) dos votos.

E como não acreditamos que o que vale é competir, e sabemos que o segundo a ganhar é apenas o primeiro a perder, as bandas acima saem de mãos vazias. Porém, em caso de desistência de uma das vitoriosas, o "prêmio-mor" (de postar no blog) vai para a próxima colocada.

Mas, não vale chorar que o troféuzinho não vai ser editado e nem vai sair dali tão cedo!

Manga Rock - A Cúpula, Cabelo de Serpente, Matheus XV. Nota: Crematorium


Vindo como segunda atração do “Melhor evento de rock do Vale do São Francisco” (se foi dito, quem somos nós para desmentir), A Cúpula - arrisco fazer um breve comentário, pois não tenho vergonha na cara - traz ao palco canções com suas respectivas letras (como é de se esperar) e, inserido em sua sua apresentação, “o Rap da Rapadura que arrebenta” (?! - peço sinceras desculpas por não saber seu nome), vem para fazer um simples dueto com Van Lima, cantando Planet Hemp, trazendo aos nossos ouvidos uma voz que lembra o Zack De La Rocha cantando em português. É. Boa parte das criaturas que se encontravam naquele ambiente perceberam que o palco era do “Rapper da rapadura...”, uma vez que ele estava dominando completamente o momento. E Van? Se encontrava estagnado no palco com seu violão tentando acompanhar o ritmo, visivelmente perdido em uma apresentação que era pra ser sua. Perdendo feio para um vocal mais limpo e ritmado. Meus pêsames.
A Cabelo de Serpente, apesar das canções legais e harmoniosas, e muito bem elaboradas, continuou com o repertório previsível onde todos os passarinhos já decoraram a coreografia de sua dança, me fazendo até arriscar como iriam ser os próximos quarenta minutos de apresentação. E ouso dizer, talvez por não prestar atenção  na ordem das músicas ou em quantas vezes o vocalista piscou o olho, que acabei acertando. Não que seja um problema enfiar orelhas a dentro músicas bem elaboradas, mas às vezes a gente enjoa.
Depois de quase serem dados como mortos, os integrantes do Matheus XV vêm com uma coragem surpreendente repaginando a banda com um novo estilo e com uma mulher - UMA MULHER - no vocal, empolgação era o sobrenome dela, o nome: Santiago, Fabiana Santiago. Vibrante, se não fosse tão perturbador, porque não se sabe ao certo se foi a Matheus XV que ganhou uma nova cantora de axé, ou se foi a Fabiana Santiago - per-so-na-li-da-de - que ganhou uma nova banda. O que pra mim foi uma surpresa, pra outros nem tanto, já que 'rock' não era a palavra que emanava da banda.  Com músicas de raiz, e me atrevo até a dizer - sob a iminência de prováveis ameaças - que as acho parecidas com qualquer outra banda de raiz: Fabiana Santiago, a "nova cara" da Matheus XV se arriscou a “comentar” que Petrolina não dava o devido valor “a esses profissionais excelentes (músicos da Matheus XV)", também acho meu povo, também acho! (Pois, veja bem, músicos tão bons sendo gastos tocando axé, realmente, é muita desvalorização).
É, Petrolina, dê mais valor às bandas de sua região... Comentários negativos não levam a nada. xD

Nota by Black: Notando em última hora a falta de uma banda, venho aqui enxeridamente acrescentar a:
Crematoruim - organizadores do evento já tão discutido aqui e uma das perpetuadora do Death Metal em Petrolina; foi criticada em relação ao evento, no próprio evento (pela Assassination que são rivaizinhos da Crematorium, porquê para eles a Crematorium é poser e blablabla de afrescalhado que gosta de arranjar briga feia por besteira...) e agora criticados aqui ( =DD ):
Por ser uma chiadeira danada que não me faz discernir uma música da outra (ou talvez seja a minha incapacidade de avaliar barulhos);
Por ser incapaz de fazer suas músicas repetidas serem aprendidas pelos ouvintes (diferente das outras bandas - que não são death - que aprendo querendo ou não essas músicas tão repetidas a ponto de me fazer acordar no outro dia cantando desesperadamente elas, enquanto procuro a parede mais próxima para estourar minha cabeça) porquê eu nunca vou aprender qual é o tom certo de grunhir.
Mas mesmo assim (tentando amenizar a situação) os caras tocam pro demônio = os caras tocam demais.

domingo, setembro 25

Manga (sem cachê) Rock - Reliving, Assination, Medievais

     E mais uma vez vemos que o comprometimento é a marca registrada deste blog, e entendemos que os integrantes dele tem vidas realmente atribuladas e com muita dedicação pessoal....

     Vimos que a felicidade bateu na nossa porta quando anuciaram que haveria show de rock no Manga Rosa, entendemos, esperançosamente, que enfim, nós (admiradores do rock) contariamos com uma estrutura sonora digna e com um espaço organizado para apreciarmos as bandas...
     Mas a vida não é bela, e as pessoas não são tão inteligentes compreensivas, então depois de muito ouvir xingamentos venho aqui, rebeldemente, fazer um "cálculo matemático".

Cálculo pressuposto:
Notamos facilmente que a galera "rockn'roll" da região é escassa, então contamos com ínfimas presenças confirmadas nos shows das bandinhas de merda da região. Média de presentes = 250 a 500 pessoas (ou menos, estou sendo generosa)
Aluguel do Manga Rosa incluindo, talvez, seguranças, equipamentos sonoros e iluminação = 500 a 2.000 reais.
Publicidade = 300 reais
Produção de Ingressos = 200 reais.
Entrada Única = 10 reais
Entrada Casadinha = 15 reais.

Vamos pensar um pouco... 
Se 300 pessoas vão para o show, sendo que metade paga entrada única e outra metade casadinha, temos:
150 x 10 = 1.500
150 x 7,50 = 1.125
Caixa de entrada = R$ 2.625

Aluguel 1.500 + Publicidade 300 + Produção de Ingressos 200 = 2000
Caixa de Saída = R$ 2.000

Sem contar com gastos extras, e lembrando que é apenas uma estimativa (imagino que não tinha nem 200 pessoas no evento) o lucro é:
2.625 - 2.000 = R$ 625,00

Dividido por 11 bandas = mixaria R$ 56,81 (e isto divido pelos integrantes da banda)

     Agora que ja fiz meu desabafo, deduzam como quiser o resto, por que mais desenhado que essa porra isso não dá... Porque né sou fã do Alemão, e não do raciocínio lógico....


     Minha mãe sempre me disse: Minha filha quando você crescer não seja feito esses jovens loucos, violentos, que só usam preto, fumam e escutam esse tal de Rock and roll, enquanto querem se suicidar, matar os outros, ter raiva do mundo e gostar de música ruim.
     Anos mais tarde, fui a decepção da vida de minha mãe, fui tudo aquilo do que ela disse para não ser, mas ao menos a decepção de gostar de "música ruim" eu não dou. E é com alívio na consciência que informo para a felicidade de minha mãe que eu não gosto de nenhumas das bandas abaixo.

     Petulantemente a Reliving foi colocada para abrir o evento, trazendo suas músicas dolorosas, e uma presença de palco macabra que foi muito eficiente em manter os ouvintes bem distantes e atrair palavras feias para sua apresentação. Inevitavelmente vemos que o estilo post-hc, emocore-disfarçado, metal-indefinido não é muito apreciado por essas regiões (graças a Deus e a todos os santos protetores dos juízos ainda não perdidos).

     Assassination (ainda prezando pela minha vida, gostaria de poder repetir o último comentário feito sobre eles, mas como sensatez e noção de perigo parecem ingressos caros para os integrantes desse blog vou ligar o 'foda-se') repetindo seus latidos inconfundivéis ao desgraçar mais guitarras e microfones, e estimular mais violência, a Assassination tem tudo aquilo que sua mãe dizia para você não gostar e um pouquinho mais. Mantém-se em pé com a "filosofia" de não deixar o estilo morrer, não pelo o estilo ser bom e perpetuar, mas sim porquê ele NÃO pode morrer, porque se não... se não... eles não vão ter mais como torrar os nossos miolos!

     Medievais = um conjunto de coisas favoráveis que poderiam beneficiar uma banda, mas que falha ardorosamente em se sair bem. Tudo estragado fatalmente pela falta de amor aos ensaios, fidelidade às músicas e crueldade no vocal.



Minhas últimas palavras: não me matem, por favor, finjam que é TPM...

Manga Rock – Maggica, Jagunços, Irados do Sertão e Cobaias

O Manga Rock, baseando-se em toda a ausência de edições passadas e já se intitulado “ O melhor festival de Rock do Vale do São Francisco” (onde a quantidade de festivais de rock é realmente muito vasta) , ocorreu no ultimo dia 07 na arena Manga Rosa. E sim, embora haja controvérsias, somos adeptas da teoria do “antes tarde do que nunca”.

Enfim, (ignorando toda a longa programação que deveria introduzir este parágrafo, e indo direto para o que me coube) a Maggica veio ao palco com uma apresentação que se mostrou surpreendentemente morna, precedendo o que seria uma longa jornada de resistência até o final do evento - a julgar por grande parte do público que já começava a puxar as primeiras cadeiras em sua grande empolgação - além de trazer um vocalista extremamente dedicado a superestimar a própria voz nos clássicos do metal.

Posteriormente à Maggica, foi a vez da banda Jagunços renascer das cinzas, após a promessa se atirar nas chamas com o anúncio de que a banda mudaria o nome. Com seu vocalista de visão permanentemente ofuscada por seus óculos escuros num cruzamento de X-men com Bono Vox, e uma versão inédita da música “Take on Me”, que, com a pronúncia perfeita do seu inglês, terminou por atender por “Shake on me”. Apesar dos pesares, a apresentação da Jagunços foi responsável pela maior demonstração de entusiasmo do público, passando uma grande energia no palco, mesmo que o grande clichê da banda, que atende pelo nome do U2, tenha sido excluído "espontaneamente" do repertório.

Já no final do evento, com um público que divida o seu motivo de persistência entre a necessidade de fazer valer o dinheiro pago no ingresso e a fidelidade à ultima banda anunciada na programação, a Irados do Sertão, outra banda a ressurgir do limbo da cena alternativa, veio apenas para castigar ainda mais uma pequena quantidade de pessoas que desejava veementemente o fim de sua apresentação, que, ao ameaçar se alongar um pouco mais, semeou o pânico nos poucos sobreviventes.

Por fim, e muito mais “por fim” do que o previsto, com direito a oficiais de justiça e todo o gamour necessário, o punk da Cobaias tem seu início em meio a merecida empolgação de um público pequeno, mas de um fidelidade absurda ao seu som.

sábado, setembro 10

Raiz e Remix - Bande Dessiné, Devotos, Bazzara, Rukha (não nessa ordem)

     Enfim, criando coragem para fazer algo mais nesse blog do que apenas tentar argumentar com as ameaças de morte. Mas né, "o que é bom dura pouco", então lá se vai meu descanso e aqui vem mais um desses textos atrasados e ácidos que "ninguém" mais aguenta (blablabla...).

     Dispensando os playboyzinhos afrescalhados de plantão, o Raiz e Remix realizado nos dias 26 e 27 de agosto veio, mais uma vez, leve, despojado e levantando muita poeira, tentando, novamente, enfiar cultura onde não se tem muita desta e impressionantemente se saindo muito bem. Mesmo que deixando a desejar nas tendas com "aperitivos" culturais; mas não esperemos milagres, de onde tirar assunto para preencher as tendas se a cultura da grande população da região não passa de "rala a tcheca em algum lugar inapropriado"?
      Algo que entristece também é o escanteamento da área "infantil", o cineminha, que para o meu lamentável desgosto, não tinha um escanteamento apenas metafórico já que o aúdio era abafado e não tinham legendas para cobrir esse problema nos curtas que necessitavam do aúdio. Meus sinceros agradecimentos a "Josué e o Pé de Macaxeira" (para quem se interessa o link: http://www.youtube.com/watch?v=ch3UhN_2-7k)
     Vamos ao que importa:
     Bazzara - Aviso urgente: Todos os integrantes da Bazzara encontram-se no banco de espera para o recebimento de glicose, doadores apiedados, favor levar 3 garrafas de vodca, 1 de pitú, e 5 litros de qualquer vinho barato para ajudar a aguentar a espera.
    Agressivamente enfiada na programação, sem levar em conta seleção anterior (quem sabe alguém aparece por aqui e explica por qual motivo aconteceu essa façanha, até lá vou deduzindo), e "seduzindo" com uma animada e bizarra presença de palco. A Bazzara conseguiu um dos feitos mais absurdos que já vi: saíram inteiros e sem levar pedradas depois de serem "cuspidos pela lua" e blasfemar contra algumas músicas (não muito surpreendente,como bem sabemos, o público já está acostumado a qualquer porcaria).
     E mais absurdo ainda, a banda conseguiu, assustadoramente, reunir um grande público a repetir seus refrões (o que deixa claro e evidente que a maioria nem sempre está com a razão), e mais absurdo ainda (ou não), todos os integrante da banda estavam se preparando para bater um recorde: o de mais pessoas entrando em coma alcoólico após um show. Triste informar que não bateram o recorde, fica para a próxima.
     Mas nem tudo são flores, alcóol e cuspe da lua. Me doí ter que admitir, mas se faz necessário destacar que o estilo e animação da Bazzara a torna notável e até mesmo contagiante, mesmo que deixando a desejar no inglês ou em tons mais altos, a banda aguenta alegre e morrendo terminar uma música e continuar no mesmo pique a próxima. Provavelmente (acho eu) o diferencial da banda é seu estilo ousado de aprensentação que me parece uma baderna levada à sério jorrando empolgação juvenil para um futuro incerto. Como banda ainda tem muito o que melhorar, mas se faltar animação para continuar, tudo se resolve com  alguns goles de alcóol esforço.
     Bande Dessiné -  vindo direto de Recife trazendo em suas músicas uma meiguice afrancesada da década de 60 e 70 e um trompete suave, porém presente e arrepiante. Um verdadeiro banquete para os fãs de Jazz e canções francesas. Como muitos diriam: uma viadice só. Mas uma viadice muito bem executada, obrigada!
     Não deixando a desejar em nada para os amantes do estilo; pena que os amantes do estilo devem se resumir no máximo a 15 pessoas (não esperem que eu minta, diversificação cultural não é bem aceita nesse sertão que parece ter as patentes de diferenças sociais limitadas aos círculos concordantes com a maioria, enquanto tentam sufocar a minoria 'desordeira'). Fazendo uma apresentação singular em relação as outras edições, que não obteve tanto charme e meiguice.
     Rukha é sopro de vida... e como a vida é uma rotina, eles repetem o mesmo embalo soprado e eu a mesma piada escarrada.
     Mesmo não se diferenciando em nada com as apresentações anteriores, ainda assim a Rukha deixa a assinatura de seu estilo, e mostra mais uma vez que faz tudo no seu ritmo, adequando-se apenas a sua própria vontade. Um tanto apagada, porém significativamente singular a seu modo. (Juro que na próxima vez presto mais atenção)
     Devotos - Não sei, não vi, não entendi e fugi... Tanto do barulho provocador de delírio do público, quanto da poeira que incomodou meu afrescalhado nariz.
     Mas não pude deixar de notar que outros fugitivos esquivavam-se furtivamente sem levantar suspeitas rumo a suas limpas e silenciosas casas.  Fugas por debaixo do pano, porque né, é punk, e fugir do punk é feio, é como ser um alienado qualquer que finge que escuta punk e foge na iminência de qualquer barulho animado. Eita caramba, eu fugi, e agora? Sou poser? Oh não!

PS: Quem gostou da Devotos marca "Q droga!" ou deixa sem marcar mesmo que era só piada, mas não funcionou. (Piada mal feita hein?)

sexta-feira, setembro 9

Raiz e Remix 2011- Cabelo de Serpente, Daniel Itabaiana, Projeto Tio Zé Bá, Estrógeno e Cobaias


Dispensando uma longa e explicativa introdução, Cabelo de Serpente dá início ao Raiz e Remix na sexta feira, no palco da feira, com um número ainda pequeno de pessoas, mas enorme de fumaça contaminadora e contribuinte à minha alergia. Sem muita diferença de todas as suas outras apresentações aqui na região, Cabelo de Serpente trouxe seu repertório cultural e sua contribuição para mais um Raiz e Remix.
Na segunda noite de evento, o sanfoneiro Daniel Itabaiana começa a liderança no palco da feira, com um número praticamente insignificante de pessoas, mas não deixando que isso abale a sua apresentação.
Logo após Lia de Itamaracá, Projeto Tio Zé Bá veio com seu reggae e com um público bastante empolgado para com a sua apresentação. Depois de um animado repertório (quase o mesmo), todos pedem bis, e com tamanha “pressão” (leia-se: eufemismo para ameaças de morte) eles atendem, enquanto começa do outro lado, no palco principal, Marcelo Panthera e os Bruxos da Noite.
Depois da meia hora interminável de batucada do Baque Opará, Estrógeno veio ao palco da feira com todo o seu charme e presença de palco, movendo uma aglomeração de homens pessoas e animando todas elas. O quarteto feminino de Recife trouxe seu rock alternativo, e um cover em homenagem a Amy Winehouse, animando e empolgando grande parte do público, sobretudo o –masculino-.
E depois de muita espera e ansiedade, renascidos das cinzas, após oito anos parados, o punk sujo e cru de Cobaias traz o hardcore mais fodástico dos últimos tempos. Sua animação e seus fiéis fãs contribuíram para uma das melhores apresentações do evento, cantando músicas clássicas e fazendo subir poeira - para muitos que estavam por perto morrerem com tamanha nuvem - eles mostraram o verdadeiro punk rock e trouxeram a esperança para o público de que vão continuar na ativa.

domingo, setembro 4

Raiz e Remix 2011 - Flávio Baião, Matingueiros, Samba de Véio, Lia de Itamaracá, Marcelo Panthera e Wander Wildner

Que a verdade seja dita: O Raiz e Remix, mesmo que tenha sua existência baseada num tempo relativamente curto, já se tornou, merecidamente, uma espécie de tradição no movimento alternativo da região. O festival que engloba as mais diferentes culturas regionais é um evento democrático para – quase – todos os estilos e gostos que não deixa de estar de parabéns.

Este ano o Raiz, em sua 6ª edição, contou com mais atrações do que estávamos acostumados, o que rendeu duas ótimas noites neste aspecto, mas acarretou num trabalho filho da puta muito grande para que nenhuma delas se sinta excluída deste ambiente fraternal. Enfim, tentaremos.

A primeira atração do palco principal do evento ficou a cargo do forrozeiro Flávio Baião, que dispensa mais detalhes de sua apresentação (até porque, francamente, eu não prestei a mínima atenção), mas merece alguns méritos ao menos pela presença num evento como o Raiz e Remix, se é que vocês me entendem.

Ainda no palco principal, sucedendo o francês “pernambucanizado” e muito bem recebido da Bande Dessiné, foi a vez dos Matingueiros e sua presença inédita no Raiz e Remix. Com um show demasiado curto (até para o que haviam planejado) e cheirando a mais samba que maracatu, com muito poucas músicas conhecidas (o que não é um defeito, afinal, há muito tempo eles “acabaram de chegar”), salvo a tradicionalíssima ciranda, que, mesmo não se comparando com a ciranda-hardcore inesquecível do ultimo ano, terminou por precisar de espaço pra tanta gente brincando de roda no meio da poeira.

E dando um imenso salto em relação às outras sete atrações do dia (que serão comentadas posteriormente) e chegando no segundo dia do festival, temos o palco principal reaberto com o Samba de Véio da Ilha do Massangano, que me deixou uma marcante citação: “bota a mão na cabeça, piranha. Bota a mão na cabeça.”

E então, ainda extasiados por essa filosofia, o público foi encaminhado para o palco da feira, onde a banda Estrógeno faria sua apresentação que terminou por agradar bastante, sendo seguida pela cirandeira Lia de Itamaracá, que, veterana no evento, era a verdadeira personificação de Yemanjá nos palcos, embalando um público já parcialmente bêbado em suas cirandas intermináveis, porém divertidas.

Marcelo Panthera e os bruxos da noite, que teve sua apresentação inicialmente ofuscada pelo Projeto Tio Zé Bá, que atendia aos pedidos de permanência no outro palco, foi apagado também da minha memória, tendo seu desempenho avaliado apenas pela seletiva do evento, onde – evidentemente – foi classificado.

E, enfim, como atração principal e encerramento do evento, o inconfundível Wander Wildner destila o seu rock gaúcho e alcoolizado, com letras embebidas tanto no etílico quanto na dor-de-cotovelo e sua presença visivelmente decepcionada com a falta de entusiasmo da grande parte do público, mas ainda assim se mostrando uma das melhores – se não a melhor – atração do evento.

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P.S: Espaço para uma pequena nota de agradecimento ao nosso fiel frequentador "Galeguinho da rapadura HC", pelo blog criado, aparentemente em nossa função, com o objetivo de expor sua verdade absoluta sobre a cena: http://www.galegohc.blogspot.com/