quinta-feira, setembro 29
Votações:
Manga Rock - A Cúpula, Cabelo de Serpente, Matheus XV. Nota: Crematorium
domingo, setembro 25
Manga (sem cachê) Rock - Reliving, Assination, Medievais
Minhas últimas palavras: não me matem, por favor, finjam que é TPM...
Manga Rock – Maggica, Jagunços, Irados do Sertão e Cobaias
O Manga Rock, baseando-se em toda a ausência de edições passadas e já se intitulado “ O melhor festival de Rock do Vale do São Francisco” (onde a quantidade de festivais de rock é realmente muito vasta) , ocorreu no ultimo dia 07 na arena Manga Rosa. E sim, embora haja controvérsias, somos adeptas da teoria do “antes tarde do que nunca”.
Enfim, (ignorando toda a longa programação que deveria introduzir este parágrafo, e indo direto para o que me coube) a Maggica veio ao palco com uma apresentação que se mostrou surpreendentemente morna, precedendo o que seria uma longa jornada de resistência até o final do evento - a julgar por grande parte do público que já começava a puxar as primeiras cadeiras em sua grande empolgação - além de trazer um vocalista extremamente dedicado a superestimar a própria voz nos clássicos do metal.
Posteriormente à Maggica, foi a vez da banda Jagunços renascer das cinzas, após a promessa se atirar nas chamas com o anúncio de que a banda mudaria o nome. Com seu vocalista de visão permanentemente ofuscada por seus óculos escuros num cruzamento de X-men com Bono Vox, e uma versão inédita da música “Take on Me”, que, com a pronúncia perfeita do seu inglês, terminou por atender por “Shake on me”. Apesar dos pesares, a apresentação da Jagunços foi responsável pela maior demonstração de entusiasmo do público, passando uma grande energia no palco, mesmo que o grande clichê da banda, que atende pelo nome do U2, tenha sido excluído "espontaneamente" do repertório.
Já no final do evento, com um público que divida o seu motivo de persistência entre a necessidade de fazer valer o dinheiro pago no ingresso e a fidelidade à ultima banda anunciada na programação, a Irados do Sertão, outra banda a ressurgir do limbo da cena alternativa, veio apenas para castigar ainda mais uma pequena quantidade de pessoas que desejava veementemente o fim de sua apresentação, que, ao ameaçar se alongar um pouco mais, semeou o pânico nos poucos sobreviventes.
Por fim, e muito mais “por fim” do que o previsto, com direito a oficiais de justiça e todo o gamour necessário, o punk da Cobaias tem seu início em meio a merecida empolgação de um público pequeno, mas de um fidelidade absurda ao seu som.
sábado, setembro 10
Raiz e Remix - Bande Dessiné, Devotos, Bazzara, Rukha (não nessa ordem)
Bazzara - Aviso urgente: Todos os integrantes da Bazzara encontram-se no banco de espera para o recebimento de glicose, doadores apiedados, favor levar 3 garrafas de vodca, 1 de pitú, e 5 litros de qualquer vinho barato para ajudar a aguentar a espera.
Agressivamente enfiada na programação, sem levar em conta seleção anterior (quem sabe alguém aparece por aqui e explica por qual motivo aconteceu essa façanha, até lá vou deduzindo), e "seduzindo" com uma animada e bizarra presença de palco. A Bazzara conseguiu um dos feitos mais absurdos que já vi: saíram inteiros e sem levar pedradas depois de serem "cuspidos pela lua" e blasfemar contra algumas músicas (não muito surpreendente,como bem sabemos, o público já está acostumado a qualquer porcaria).
E mais absurdo ainda, a banda conseguiu, assustadoramente, reunir um grande público a repetir seus refrões (o que deixa claro e evidente que a maioria nem sempre está com a razão), e mais absurdo ainda (ou não), todos os integrante da banda estavam se preparando para bater um recorde: o de mais pessoas entrando em coma alcoólico após um show. Triste informar que não bateram o recorde, fica para a próxima.
Mas nem tudo são flores, alcóol e cuspe da lua. Me doí ter que admitir, mas se faz necessário destacar que o estilo e animação da Bazzara a torna notável e até mesmo contagiante, mesmo que deixando a desejar no inglês ou em tons mais altos, a banda aguenta alegre e morrendo terminar uma música e continuar no mesmo pique a próxima. Provavelmente (acho eu) o diferencial da banda é seu estilo ousado de aprensentação que me parece uma baderna levada à sério jorrando empolgação juvenil para um futuro incerto. Como banda ainda tem muito o que melhorar, mas se faltar animação para continuar, tudo se resolve com
Não deixando a desejar em nada para os amantes do estilo; pena que os amantes do estilo devem se resumir no máximo a 15 pessoas (não esperem que eu minta, diversificação cultural não é bem aceita nesse sertão que parece ter as patentes de diferenças sociais limitadas aos círculos concordantes com a maioria, enquanto tentam sufocar a minoria 'desordeira'). Fazendo uma apresentação singular em relação as outras edições, que não obteve tanto charme e meiguice.
Rukha é sopro de vida... e como a vida é uma rotina, eles repetem o mesmo embalo soprado e eu a mesma piada escarrada.
Mesmo não se diferenciando em nada com as apresentações anteriores, ainda assim a Rukha deixa a assinatura de seu estilo, e mostra mais uma vez que faz tudo no seu ritmo, adequando-se apenas a sua própria vontade. Um tanto apagada, porém significativamente singular a seu modo. (Juro que na próxima vez presto mais atenção)
Devotos - Não sei, não vi, não entendi e fugi... Tanto do barulho provocador de delírio do público, quanto da poeira que incomodou meu afrescalhado nariz.
Mas não pude deixar de notar que outros fugitivos esquivavam-se furtivamente sem levantar suspeitas rumo a suas limpas e silenciosas casas. Fugas por debaixo do pano, porque né, é punk, e fugir do punk é feio, é como ser um alienado qualquer que finge que escuta punk e foge na iminência de qualquer barulho animado. Eita caramba, eu fugi, e agora? Sou poser? Oh não!
PS: Quem gostou da Devotos marca "Q droga!" ou deixa sem marcar mesmo que era só piada, mas não funcionou. (Piada mal feita hein?)
sexta-feira, setembro 9
Raiz e Remix 2011- Cabelo de Serpente, Daniel Itabaiana, Projeto Tio Zé Bá, Estrógeno e Cobaias
domingo, setembro 4
Raiz e Remix 2011 - Flávio Baião, Matingueiros, Samba de Véio, Lia de Itamaracá, Marcelo Panthera e Wander Wildner
Que a verdade seja dita: O Raiz e Remix, mesmo que tenha sua existência baseada num tempo relativamente curto, já se tornou, merecidamente, uma espécie de tradição no movimento alternativo da região. O festival que engloba as mais diferentes culturas regionais é um evento democrático para – quase – todos os estilos e gostos que não deixa de estar de parabéns.
Este ano o Raiz, em sua 6ª edição, contou com mais atrações do que estávamos acostumados, o que rendeu duas ótimas noites neste aspecto, mas acarretou num trabalho filho da puta muito grande para que nenhuma delas se sinta excluída deste ambiente fraternal. Enfim, tentaremos.
A primeira atração do palco principal do evento ficou a cargo do forrozeiro Flávio Baião, que dispensa mais detalhes de sua apresentação (até porque, francamente, eu não prestei a mínima atenção), mas merece alguns méritos ao menos pela presença num evento como o Raiz e Remix, se é que vocês me entendem.
Ainda no palco principal, sucedendo o francês “pernambucanizado” e muito bem recebido da Bande Dessiné, foi a vez dos Matingueiros e sua presença inédita no Raiz e Remix. Com um show demasiado curto (até para o que haviam planejado) e cheirando a mais samba que maracatu, com muito poucas músicas conhecidas (o que não é um defeito, afinal, há muito tempo eles “acabaram de chegar”), salvo a tradicionalíssima ciranda, que, mesmo não se comparando com a ciranda-hardcore inesquecível do ultimo ano, terminou por precisar de espaço pra tanta gente brincando de roda no meio da poeira.
E dando um imenso salto em relação às outras sete atrações do dia (que serão comentadas posteriormente) e chegando no segundo dia do festival, temos o palco principal reaberto com o Samba de Véio da Ilha do Massangano, que me deixou uma marcante citação: “bota a mão na cabeça, piranha. Bota a mão na cabeça.”
E então, ainda extasiados por essa filosofia, o público foi encaminhado para o palco da feira, onde a banda Estrógeno faria sua apresentação que terminou por agradar bastante, sendo seguida pela cirandeira Lia de Itamaracá, que, veterana no evento, era a verdadeira personificação de Yemanjá nos palcos, embalando um público já parcialmente bêbado em suas cirandas intermináveis, porém divertidas.
E, enfim, como atração principal e encerramento do evento, o inconfundível Wander Wildner destila o seu rock gaúcho e alcoolizado, com letras embebidas tanto no etílico quanto na dor-de-cotovelo e sua presença visivelmente decepcionada com a falta de entusiasmo da grande parte do público, mas ainda assim se mostrando uma das melhores – se não a melhor – atração do evento.
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P.S: Espaço para uma pequena nota de agradecimento ao nosso fiel frequentador "Galeguinho da rapadura HC", pelo blog criado, aparentemente em nossa função, com o objetivo de expor sua verdade absoluta sobre a cena: http://www.galegohc.blogspot.com/