quarta-feira, setembro 1

Raiz e Remix 3.0

Apenas como forma de re-enfatizar as opiniões já expressadas anteriormente a respeito do evento, a terceira resenha do Raiz e Remix, ocorrido no ultimo fim de semana, dispensa mais uma introdução.
O evento que tem como proposta unir no mesmo espaço os fãs tanto da música "de raiz" quanto os do seu completo antônimo: a música eletrônica, sugere uma confraternização democrática e diversificada, o que não podemos negar.

Por outro lado, além do reggae, do Maracatu e da tenda eletrônica, houve também um dos ritmos mais apreciados entre o cenário "alternativo" da cidade: O "Rock" (sim, com aspas!) e é exatamente esta a tecla em que me sinto na obrigação de bater mais uma vez.
Petrolina é uma cidade repleta de pequenas bandas em ascensão que lutam por espaço e visibilidade a cada evento propício e, na maioria das vezes, não obtêm sucesso algum. A resposta é simples: Além de espaço e visibilidade, lhes falta qualidade.
Um exemplo claro de uma dessas afrontas é a "banda" (E mais uma vez as aspas se fazem indispensáveis) Overdrive, que esteve presente no palco alternativo no evento e mostrou-se violentamente ruim em todos os aspectos, do baterista às composições tão repetitivas e medíocres que beiravam (beiravam?) o humor com suas críticas sociais baseadas no eterno clichê de "fome, violência e Aviões caindo sem parar."

E se no primeiro dia do evento Overdrive nos ensurdeceu brindou com sua magnífica apresentação, o dia seguinte foi a vez da banda Maggica roubar a cena, perdendo por pouco o prêmio de "pior da noite" graças ao bom senso que parece tê-los impedido de cantar alguma composição própria (ah, bom senso, por que abandonastes a Overdrive?) e ao guitarrista que desperdiçava seu talento enquanto um péssimo vocalista vomitava pronúncias mal digeridas do seu inglês no público.
Mas não se dêem por satisfeitos, caros leitores, pois logo depois do som agradável - embora numa verdadeira piada performática - do cantor China, a maior atração de Rock sobe ao palco principal e enlouquece a massa de prováveis surdos e dementes de fãs presentes. Sim, estou falando dos Andranjos que encerraram a noite com suas composições filosóficas que aparentavam ter sido arrancadas de redações escolares do primário, a prova de que reconhecimento nem sempre requer qualidade.

A verdade é que não duvido do potencial de qualquer mini-banda de garagem, mas independentemente do incentivo que os novos "talentos" precisam e recebem cada vez mais na região, é importante ressaltar: O reconhecimento nunca virá antes de um motivo para tal. - Ao menos não da minha parte e da pequena parcela de pessoas que aprecia a boa e velha música, e não uma caricatura desta.