sábado, janeiro 7

Enfim, o fim.

Depois de enfrentarmos um complicado processo judicial, seguido de prisão, espancamento e violência sexual, acompanhada de violência mental e social (inclusive adições em redes sociais), sem contar com o já conhecido abuso sonoro que sofremos evento após evento, somando-se a isso a persistente ação impiedosa de um hacker mental nos impedindo de escrever nossos débeis preciosos e doces pensamentos de incentivo à cena alternativa da região, enfim resgatamos a nossa coragem e força de vontade e daremos nosso ultimo sopro de vida.
E então com todo o ar solene que precisamos daremos a notícia que poderá ser a cura e o milagre para alguns, fazendo-os dançar com os passarinhos ou poderá também fazer com que aviões caiam sem parar e desesperadamente muitos ouvintes solitários vivam à procura de paz.

É com imenso pesar que anunciamos que essa é a nossa ultima grande mentira exagerada.

Mesmo com todos os pontos positivos em manter o blog como, por exemplo: ... ?? Por exemplo: ... é, bem...:
Poder dizer a verdade sem fingimento ou puxa-saquismos à parte e mesmo assim dando muita risada;
A capacidade de fazer com que vocês acreditem que tudo que falamos em tom de brincadeira é verdade e tudo que falamos em tom de verdade é brincadeira (mas, na maioria das vezes não é mesmo);
A liberdade de instigar debates filosóficos de cunhos morais (e amorais, em muitos casos);
A diversão de curtir os comentários mais bem ortograficamente formulados, que nos fazem refletir sobre a evolução da espécie e o nosso verdadeiro lugar no mundo.

Mesmo assim, como tudo que é bom dura pouco e tudo que é ruim dura menos ainda, nós: Black (Leidaiany), Blue (Thamires), Purple (Natie), declaramos então o tão desejado e esperado fim do Vi e Entendi.
Por mais emocionante e terrível que seja a já então morte do blog que agonizava rastejante por um evento alternativo – que não aconteceu, e aparentemente não acontecerá – vem então escrever seu próprio epitáfio para a eternidade...
Causas obscuras e irreparáveis da nossa vida pessoal que não lhes interessam e fazem toda a diferença – por incrível que pareça – na nossa própria vida, chegaram, irremediavelmente, para exterminar qualquer outra possível crítica partindo desse reles cortiço.
Enfim, para aqueles que mesmo depois de tanta explicação e tamanho teor dramático, ainda assim não entenderam, declaramos aqui a morte definitiva – por que de morte temporária já estamos cansadas – do Vi e Entendi.


E deixamos vocês, sem nós, entregues a essa vida de caos.

Black, Blue, Purple.

P.S.: Sinto muito, Aparício e Sayonara, já era.
P.S.²: Vale também agradecer a todos aqueles que comentaram, leram e eventualmente subiram num palco para nos xingar, ou nos presentear com suas palavras doces. Acreditem, ninguém se divertiu mais que a gente.
P.S.³: O blog ficará como patrimônio cultural (não será deletado), pois sabemos que vocês sentirão saudades.

sábado, dezembro 3

Domingo no Parque - Conspiracy Theory, WR17 e Crazy Train

Depois de muito remoer com preguiça de postar uma semana imensamente atribulada, eis que aparecemos para compartilhar nossa visão de merda sobre o primo rico do Ensaio no Parque, agora chamado de Projeto Domingo no Parque para dar todo aquele glamour e aquela emoção de coisa séria (ou de ação social) com gostinho de apoio da prefeitura de Petrolina.

Antes de qualquer coisa, vou logo adiantando no inicio do post que nossa excelência em falhar “profissionalmente” não nos permitiu assistir a todas as apresentações, o que exclui os comentários sobre as bandas Bazzara e 4 Jeans no evento. Espero que um dia os integrantes de tais bandas, uma vez curados da depressão profunda, possam nos perdoar a respeito dessa atroz exclusão que sofreram. Amém.

Dando inicio a uma empolgante tarde embebida no rock de qualidade, alucinando toda uma multidão ensandecida e brindando-nos com seu som, os “novatos” da Conspiracy Theory vieram aos palcos, com uma apresentação que – segundo opiniões de terceiros, uma vez que eu (Purple) os assistia pela primeira vez – se mostrou bem melhor que a anterior. De fato, a banda não foi o pior sacrilégio que meus ouvidos calejados com a cena local (não, não vou fingir que todas as bandas da cidade prestam só para incentivar o cenário alternativo. A maioria de vocês já faz isso por mim) chegaram a conhecer. Um destaque para o baterista e alguns covers relativamente assustadores (não exatamente no bom sentido) de bandas como Mötorhead, e estamos resolvidos.

Seguindo a Conspiracy Theory 99, foi a vez da WR17, que não é mais novidade para ninguém, tomar a atenção do público. E, ouso dizer, foi então que as coisas se tornaram divertidas.
Obviamente, qualquer um que já tenha um conhecimento prévio a respeito do perfil do blog pode deduzir que o nosso conceito de “divertido” não é exatamente em relação à qualidade. Mas enfim, vamos ao que interessa.
Com alguns arranjos interessantes (sim, é eufemismo) e uma gigante dose de coragem, os meninos da WR17 investiram sua apresentação, para nosso deleite, nos covers dos maiores clássicos do cenário underground punk hardcore fodão maligno e superior 666, a exemplo da música “choram as rosas”, de Bruno e Marrone. ( de qualquer forma, eles merecem pontos pela ousadia. Confesso)
A parte boa veio para quem estava cansado de ter suas músicas preferidas destroçadas em covers mal-feitos (deixando claro que me refiro às bandas de forma geral aqui, e não somente à WR17. Guardem suas pedras): Destroçaram então as músicas que não gostávamos.

Jogada de mestre! Genial!
Se a idéia não me cheirasse a plágio, minha próxima sugestão seria um cover da Lady GaGa.

E então foi a vez da Crazy Train, digo, Maggica... não, não, Crazy Train mesmo, tomar o seu lugar no palco e, com seus covers do Black Sabbath finalmente nos consolaram com uma dose de música de verdade, proporcionando ao público o momento mais animado até então e tirando de mim a oportunidade de falar mal e enrolar parágrafos. Odeio escrever sobre bandas boas.

Por fim, como já justificado no inicio do post, nos dedicamos em perder as apresentações das bandas Bazzara e 4 Jeans na intenção de salvar o pouco de dignidade que restava em nossas almas. Ou não.

sábado, novembro 19

Digdin - Retrospecto


Depois de passar semanas preparando o vestido, o discurso e as lágrimas, chegou o momento de receber o troféu e desenrolar os agradecimentos.
Entón, é uma honra imensa estar com vocês nessa data maravilhosa, recebendo esse inusitado prêmio de banda desocupada que passou o mês clicando numa enquete "Nem tudo está perdido!" Divindo a emoção com o nosso amigo Aparício da Desideratu - DIGDIN, BOY! - (Nota by Black: que recebe o prêmio ma-ra-vi-lho-so: "Meus ouvidos estão sangrando".)

Queria agradecer primeiramente a Deus, e todos que acreditaram em nós da Retrospecto - beijos e abraços, especialmente se você for rapaz. (Nota by Vieentendi: não precisa nos agradecer que o mérito é todo seu e do seu modem =*)

Sim, eu também preferiria estar lendo um post do nosso brother Cobaia, mas eu rezei tanto todas as noites antes de dormir por esse prêmio que seria uma desfeita com Jesus (qualquer coisa, galerë de outras bandas, ainda tenho dois posts livres pra negociação, valor à combinar).

Eu queria muito divagar sobre a criação do universo com vocês, e todas as minhas dúvidas acerca do destino da humanidade e da libertinagem dos homens, no entanto, o dever me chama e as guél do blog vão me matar se eu não cumprir com nosso contrato.

Por onde começamos?

Retrospecto é uma banda leenda-n, formada por 3 deliquentes rapazes - Neílton, Guigui e Rafael e uma moça deliquente - Eu, meninasayonara.
Nossa idéia, enquanto banda cover, é explorar tudo de bom e de mais ou menos que aconteceu na música nas últimas décadas. Acredito que o nome fale por si. Nossas influências são tudo o que existe e nosso objetivo é tomar café com a Ana Maria Braga.

Se quiserem saber mais sobre nossos gostos musicais, cores favoritas, o que pensamos dos alunos da USP e os illuminati ou o nosso shampoo favorito, favor mandar sua cartinha para a Sony music, respondendo a seguinte pergunta:
"Qual o cereal radical que te dá energia para o dia-a-dia?"
Resposta: Nescauporfavorassinemumcontratocomaretrospectoamoelesdemontão

Estamos combinados?
Of course que sim.
Estamos criando um vínculo lindo galera, muita emoção falar com vocês, seus corações emanam uma luz da poha, tá me cegando de amor. (nota by Purple: acho que postar aqui causa esse efeito psicotrópico nas pessoas)

Eu to com um sono do cacete, então vou finalizar nossa conversação.
Um beijo no coração de vocês, fiquem com Deus e se dirigir não bebam, deixem o carro aqui em casa.

Meninasayonara ama vocês.

ps.: visitem essa poha.

quinta-feira, novembro 10

Petrolina Adormecida

      Era uma vez uma cidade chamada Petrolina, era quente, quente, quente... e quente...o que favorecia, e muito, os rituais de acasalamento, e, de menos os rituais de reflexão. 
    O calor que logo alcançava a cabeça se espalhava espasmodicamente pelo corpo dos menos controlados.... O calor que favorece a dança, desfavorece a mente. A desordem da sudorese constante perturba o juízo e atormenta os ânimos. Desanda o estudo, desanda o trabalho, desanda o descanso. Atrasa até o passa-tempo, já que passa o tempo e com o calor passa também a coragem.
       Petrolina, cidade banhada por um único Velho Chico, velho, porém forte, velho, porém fértil (e não, ele não usa viagra) exportadora de frutas e da maior truculência troglodida dos roceiros cheios da grana. Enriquecida por suas mangas, goiabas, bananas e uvas; um viva às uvas.
     O Sol esquenta, a cuca racha, e todos adormecem perdidos na penumbra de tanta luz brilhante, adormecem despercebidos do raciocínio das uvas radiantes.
     Espalha-se aos montes garrafas de cerveja para aliviar o calor, estouram vibrantes as ondas de som primitivos para extrair o suor, (quase todos) deixam  de lado os sabores doces que podem aliviar, deixam de lado os sons poderosos que podem acalmar e saciar.
       E assim, Petrolina Adormece em tanto agito... é vil, é fútil, é zumbido.
     Aos poucos "lares" banhados em sangue de uva: resta esperar e ansiar por um espaço menos aquecido ao sol; esperar e ansiar por mais um momento onde o suor seja pretexto contextual; esperar e ansiar por um momento onde banhar-se não seja humilhar-se a qualquer desígnio sexual.
    E assim para essas lares renasce a esperança e o agito dos prazeres desvulgarizados com a chegada do Umbuzada Sonora acompanhado dos Paralamas  d'e já nem tanto Sucesso, e assim regados a vinho Petrolina acorda e adormerce...

****************Extra**********************Dando satisfações*****

       Depois de muitas, inúteis, e frustradas tentativas de receber a honra da Reliving em postar no nosso mísero blog, aceitamos piamente nossa derocada derrota e humilhante rejeição, choramos horrores e depois fomos escutar o álbum do mestre Amado Batista para amenizar nossa dor de cotovelo.
      Mas então, para tristeza de muitos e alegria da Desideratu que toma posse de tão disputado e merecido prêmio - cof cof cof - no lugar da verdadeira ganhadora.
       Concedemos enfim, direito à três postagens "livres" (sim, tem aspas aí, pois revisaremos o texto e se não tiverem o sobre o que falar, nós indicaremos algo) para as bandas Retrospecto e Desideratu.
       Façam bom proveito de vossa "liberdade" e, por favor, nos façam rir de tanto chorar!

quinta-feira, setembro 29

Votações:

Encerradas as votações.

Estaremos entrando em contato com as bandas.

Vale lembrar que:

     Na categoria "Nem tudo está perdido" o segundo lugar ficou com a banda Overdrive com 60 (19%) dos votos e em terceiro lugar, a banda Bazzara com 55 (18%) dos votos.
     E na categoria "Meus ouvidos estão sangrando" o segundo lugar ficou com a banda Desideratu com 91 (32%) dos votos e em terceiro lugar, a banda Andranjos com 33 (11%) dos votos.

E como não acreditamos que o que vale é competir, e sabemos que o segundo a ganhar é apenas o primeiro a perder, as bandas acima saem de mãos vazias. Porém, em caso de desistência de uma das vitoriosas, o "prêmio-mor" (de postar no blog) vai para a próxima colocada.

Mas, não vale chorar que o troféuzinho não vai ser editado e nem vai sair dali tão cedo!

Manga Rock - A Cúpula, Cabelo de Serpente, Matheus XV. Nota: Crematorium


Vindo como segunda atração do “Melhor evento de rock do Vale do São Francisco” (se foi dito, quem somos nós para desmentir), A Cúpula - arrisco fazer um breve comentário, pois não tenho vergonha na cara - traz ao palco canções com suas respectivas letras (como é de se esperar) e, inserido em sua sua apresentação, “o Rap da Rapadura que arrebenta” (?! - peço sinceras desculpas por não saber seu nome), vem para fazer um simples dueto com Van Lima, cantando Planet Hemp, trazendo aos nossos ouvidos uma voz que lembra o Zack De La Rocha cantando em português. É. Boa parte das criaturas que se encontravam naquele ambiente perceberam que o palco era do “Rapper da rapadura...”, uma vez que ele estava dominando completamente o momento. E Van? Se encontrava estagnado no palco com seu violão tentando acompanhar o ritmo, visivelmente perdido em uma apresentação que era pra ser sua. Perdendo feio para um vocal mais limpo e ritmado. Meus pêsames.
A Cabelo de Serpente, apesar das canções legais e harmoniosas, e muito bem elaboradas, continuou com o repertório previsível onde todos os passarinhos já decoraram a coreografia de sua dança, me fazendo até arriscar como iriam ser os próximos quarenta minutos de apresentação. E ouso dizer, talvez por não prestar atenção  na ordem das músicas ou em quantas vezes o vocalista piscou o olho, que acabei acertando. Não que seja um problema enfiar orelhas a dentro músicas bem elaboradas, mas às vezes a gente enjoa.
Depois de quase serem dados como mortos, os integrantes do Matheus XV vêm com uma coragem surpreendente repaginando a banda com um novo estilo e com uma mulher - UMA MULHER - no vocal, empolgação era o sobrenome dela, o nome: Santiago, Fabiana Santiago. Vibrante, se não fosse tão perturbador, porque não se sabe ao certo se foi a Matheus XV que ganhou uma nova cantora de axé, ou se foi a Fabiana Santiago - per-so-na-li-da-de - que ganhou uma nova banda. O que pra mim foi uma surpresa, pra outros nem tanto, já que 'rock' não era a palavra que emanava da banda.  Com músicas de raiz, e me atrevo até a dizer - sob a iminência de prováveis ameaças - que as acho parecidas com qualquer outra banda de raiz: Fabiana Santiago, a "nova cara" da Matheus XV se arriscou a “comentar” que Petrolina não dava o devido valor “a esses profissionais excelentes (músicos da Matheus XV)", também acho meu povo, também acho! (Pois, veja bem, músicos tão bons sendo gastos tocando axé, realmente, é muita desvalorização).
É, Petrolina, dê mais valor às bandas de sua região... Comentários negativos não levam a nada. xD

Nota by Black: Notando em última hora a falta de uma banda, venho aqui enxeridamente acrescentar a:
Crematoruim - organizadores do evento já tão discutido aqui e uma das perpetuadora do Death Metal em Petrolina; foi criticada em relação ao evento, no próprio evento (pela Assassination que são rivaizinhos da Crematorium, porquê para eles a Crematorium é poser e blablabla de afrescalhado que gosta de arranjar briga feia por besteira...) e agora criticados aqui ( =DD ):
Por ser uma chiadeira danada que não me faz discernir uma música da outra (ou talvez seja a minha incapacidade de avaliar barulhos);
Por ser incapaz de fazer suas músicas repetidas serem aprendidas pelos ouvintes (diferente das outras bandas - que não são death - que aprendo querendo ou não essas músicas tão repetidas a ponto de me fazer acordar no outro dia cantando desesperadamente elas, enquanto procuro a parede mais próxima para estourar minha cabeça) porquê eu nunca vou aprender qual é o tom certo de grunhir.
Mas mesmo assim (tentando amenizar a situação) os caras tocam pro demônio = os caras tocam demais.

domingo, setembro 25

Manga (sem cachê) Rock - Reliving, Assination, Medievais

     E mais uma vez vemos que o comprometimento é a marca registrada deste blog, e entendemos que os integrantes dele tem vidas realmente atribuladas e com muita dedicação pessoal....

     Vimos que a felicidade bateu na nossa porta quando anuciaram que haveria show de rock no Manga Rosa, entendemos, esperançosamente, que enfim, nós (admiradores do rock) contariamos com uma estrutura sonora digna e com um espaço organizado para apreciarmos as bandas...
     Mas a vida não é bela, e as pessoas não são tão inteligentes compreensivas, então depois de muito ouvir xingamentos venho aqui, rebeldemente, fazer um "cálculo matemático".

Cálculo pressuposto:
Notamos facilmente que a galera "rockn'roll" da região é escassa, então contamos com ínfimas presenças confirmadas nos shows das bandinhas de merda da região. Média de presentes = 250 a 500 pessoas (ou menos, estou sendo generosa)
Aluguel do Manga Rosa incluindo, talvez, seguranças, equipamentos sonoros e iluminação = 500 a 2.000 reais.
Publicidade = 300 reais
Produção de Ingressos = 200 reais.
Entrada Única = 10 reais
Entrada Casadinha = 15 reais.

Vamos pensar um pouco... 
Se 300 pessoas vão para o show, sendo que metade paga entrada única e outra metade casadinha, temos:
150 x 10 = 1.500
150 x 7,50 = 1.125
Caixa de entrada = R$ 2.625

Aluguel 1.500 + Publicidade 300 + Produção de Ingressos 200 = 2000
Caixa de Saída = R$ 2.000

Sem contar com gastos extras, e lembrando que é apenas uma estimativa (imagino que não tinha nem 200 pessoas no evento) o lucro é:
2.625 - 2.000 = R$ 625,00

Dividido por 11 bandas = mixaria R$ 56,81 (e isto divido pelos integrantes da banda)

     Agora que ja fiz meu desabafo, deduzam como quiser o resto, por que mais desenhado que essa porra isso não dá... Porque né sou fã do Alemão, e não do raciocínio lógico....


     Minha mãe sempre me disse: Minha filha quando você crescer não seja feito esses jovens loucos, violentos, que só usam preto, fumam e escutam esse tal de Rock and roll, enquanto querem se suicidar, matar os outros, ter raiva do mundo e gostar de música ruim.
     Anos mais tarde, fui a decepção da vida de minha mãe, fui tudo aquilo do que ela disse para não ser, mas ao menos a decepção de gostar de "música ruim" eu não dou. E é com alívio na consciência que informo para a felicidade de minha mãe que eu não gosto de nenhumas das bandas abaixo.

     Petulantemente a Reliving foi colocada para abrir o evento, trazendo suas músicas dolorosas, e uma presença de palco macabra que foi muito eficiente em manter os ouvintes bem distantes e atrair palavras feias para sua apresentação. Inevitavelmente vemos que o estilo post-hc, emocore-disfarçado, metal-indefinido não é muito apreciado por essas regiões (graças a Deus e a todos os santos protetores dos juízos ainda não perdidos).

     Assassination (ainda prezando pela minha vida, gostaria de poder repetir o último comentário feito sobre eles, mas como sensatez e noção de perigo parecem ingressos caros para os integrantes desse blog vou ligar o 'foda-se') repetindo seus latidos inconfundivéis ao desgraçar mais guitarras e microfones, e estimular mais violência, a Assassination tem tudo aquilo que sua mãe dizia para você não gostar e um pouquinho mais. Mantém-se em pé com a "filosofia" de não deixar o estilo morrer, não pelo o estilo ser bom e perpetuar, mas sim porquê ele NÃO pode morrer, porque se não... se não... eles não vão ter mais como torrar os nossos miolos!

     Medievais = um conjunto de coisas favoráveis que poderiam beneficiar uma banda, mas que falha ardorosamente em se sair bem. Tudo estragado fatalmente pela falta de amor aos ensaios, fidelidade às músicas e crueldade no vocal.



Minhas últimas palavras: não me matem, por favor, finjam que é TPM...

Manga Rock – Maggica, Jagunços, Irados do Sertão e Cobaias

O Manga Rock, baseando-se em toda a ausência de edições passadas e já se intitulado “ O melhor festival de Rock do Vale do São Francisco” (onde a quantidade de festivais de rock é realmente muito vasta) , ocorreu no ultimo dia 07 na arena Manga Rosa. E sim, embora haja controvérsias, somos adeptas da teoria do “antes tarde do que nunca”.

Enfim, (ignorando toda a longa programação que deveria introduzir este parágrafo, e indo direto para o que me coube) a Maggica veio ao palco com uma apresentação que se mostrou surpreendentemente morna, precedendo o que seria uma longa jornada de resistência até o final do evento - a julgar por grande parte do público que já começava a puxar as primeiras cadeiras em sua grande empolgação - além de trazer um vocalista extremamente dedicado a superestimar a própria voz nos clássicos do metal.

Posteriormente à Maggica, foi a vez da banda Jagunços renascer das cinzas, após a promessa se atirar nas chamas com o anúncio de que a banda mudaria o nome. Com seu vocalista de visão permanentemente ofuscada por seus óculos escuros num cruzamento de X-men com Bono Vox, e uma versão inédita da música “Take on Me”, que, com a pronúncia perfeita do seu inglês, terminou por atender por “Shake on me”. Apesar dos pesares, a apresentação da Jagunços foi responsável pela maior demonstração de entusiasmo do público, passando uma grande energia no palco, mesmo que o grande clichê da banda, que atende pelo nome do U2, tenha sido excluído "espontaneamente" do repertório.

Já no final do evento, com um público que divida o seu motivo de persistência entre a necessidade de fazer valer o dinheiro pago no ingresso e a fidelidade à ultima banda anunciada na programação, a Irados do Sertão, outra banda a ressurgir do limbo da cena alternativa, veio apenas para castigar ainda mais uma pequena quantidade de pessoas que desejava veementemente o fim de sua apresentação, que, ao ameaçar se alongar um pouco mais, semeou o pânico nos poucos sobreviventes.

Por fim, e muito mais “por fim” do que o previsto, com direito a oficiais de justiça e todo o gamour necessário, o punk da Cobaias tem seu início em meio a merecida empolgação de um público pequeno, mas de um fidelidade absurda ao seu som.

sábado, setembro 10

Raiz e Remix - Bande Dessiné, Devotos, Bazzara, Rukha (não nessa ordem)

     Enfim, criando coragem para fazer algo mais nesse blog do que apenas tentar argumentar com as ameaças de morte. Mas né, "o que é bom dura pouco", então lá se vai meu descanso e aqui vem mais um desses textos atrasados e ácidos que "ninguém" mais aguenta (blablabla...).

     Dispensando os playboyzinhos afrescalhados de plantão, o Raiz e Remix realizado nos dias 26 e 27 de agosto veio, mais uma vez, leve, despojado e levantando muita poeira, tentando, novamente, enfiar cultura onde não se tem muita desta e impressionantemente se saindo muito bem. Mesmo que deixando a desejar nas tendas com "aperitivos" culturais; mas não esperemos milagres, de onde tirar assunto para preencher as tendas se a cultura da grande população da região não passa de "rala a tcheca em algum lugar inapropriado"?
      Algo que entristece também é o escanteamento da área "infantil", o cineminha, que para o meu lamentável desgosto, não tinha um escanteamento apenas metafórico já que o aúdio era abafado e não tinham legendas para cobrir esse problema nos curtas que necessitavam do aúdio. Meus sinceros agradecimentos a "Josué e o Pé de Macaxeira" (para quem se interessa o link: http://www.youtube.com/watch?v=ch3UhN_2-7k)
     Vamos ao que importa:
     Bazzara - Aviso urgente: Todos os integrantes da Bazzara encontram-se no banco de espera para o recebimento de glicose, doadores apiedados, favor levar 3 garrafas de vodca, 1 de pitú, e 5 litros de qualquer vinho barato para ajudar a aguentar a espera.
    Agressivamente enfiada na programação, sem levar em conta seleção anterior (quem sabe alguém aparece por aqui e explica por qual motivo aconteceu essa façanha, até lá vou deduzindo), e "seduzindo" com uma animada e bizarra presença de palco. A Bazzara conseguiu um dos feitos mais absurdos que já vi: saíram inteiros e sem levar pedradas depois de serem "cuspidos pela lua" e blasfemar contra algumas músicas (não muito surpreendente,como bem sabemos, o público já está acostumado a qualquer porcaria).
     E mais absurdo ainda, a banda conseguiu, assustadoramente, reunir um grande público a repetir seus refrões (o que deixa claro e evidente que a maioria nem sempre está com a razão), e mais absurdo ainda (ou não), todos os integrante da banda estavam se preparando para bater um recorde: o de mais pessoas entrando em coma alcoólico após um show. Triste informar que não bateram o recorde, fica para a próxima.
     Mas nem tudo são flores, alcóol e cuspe da lua. Me doí ter que admitir, mas se faz necessário destacar que o estilo e animação da Bazzara a torna notável e até mesmo contagiante, mesmo que deixando a desejar no inglês ou em tons mais altos, a banda aguenta alegre e morrendo terminar uma música e continuar no mesmo pique a próxima. Provavelmente (acho eu) o diferencial da banda é seu estilo ousado de aprensentação que me parece uma baderna levada à sério jorrando empolgação juvenil para um futuro incerto. Como banda ainda tem muito o que melhorar, mas se faltar animação para continuar, tudo se resolve com  alguns goles de alcóol esforço.
     Bande Dessiné -  vindo direto de Recife trazendo em suas músicas uma meiguice afrancesada da década de 60 e 70 e um trompete suave, porém presente e arrepiante. Um verdadeiro banquete para os fãs de Jazz e canções francesas. Como muitos diriam: uma viadice só. Mas uma viadice muito bem executada, obrigada!
     Não deixando a desejar em nada para os amantes do estilo; pena que os amantes do estilo devem se resumir no máximo a 15 pessoas (não esperem que eu minta, diversificação cultural não é bem aceita nesse sertão que parece ter as patentes de diferenças sociais limitadas aos círculos concordantes com a maioria, enquanto tentam sufocar a minoria 'desordeira'). Fazendo uma apresentação singular em relação as outras edições, que não obteve tanto charme e meiguice.
     Rukha é sopro de vida... e como a vida é uma rotina, eles repetem o mesmo embalo soprado e eu a mesma piada escarrada.
     Mesmo não se diferenciando em nada com as apresentações anteriores, ainda assim a Rukha deixa a assinatura de seu estilo, e mostra mais uma vez que faz tudo no seu ritmo, adequando-se apenas a sua própria vontade. Um tanto apagada, porém significativamente singular a seu modo. (Juro que na próxima vez presto mais atenção)
     Devotos - Não sei, não vi, não entendi e fugi... Tanto do barulho provocador de delírio do público, quanto da poeira que incomodou meu afrescalhado nariz.
     Mas não pude deixar de notar que outros fugitivos esquivavam-se furtivamente sem levantar suspeitas rumo a suas limpas e silenciosas casas.  Fugas por debaixo do pano, porque né, é punk, e fugir do punk é feio, é como ser um alienado qualquer que finge que escuta punk e foge na iminência de qualquer barulho animado. Eita caramba, eu fugi, e agora? Sou poser? Oh não!

PS: Quem gostou da Devotos marca "Q droga!" ou deixa sem marcar mesmo que era só piada, mas não funcionou. (Piada mal feita hein?)

sexta-feira, setembro 9

Raiz e Remix 2011- Cabelo de Serpente, Daniel Itabaiana, Projeto Tio Zé Bá, Estrógeno e Cobaias


Dispensando uma longa e explicativa introdução, Cabelo de Serpente dá início ao Raiz e Remix na sexta feira, no palco da feira, com um número ainda pequeno de pessoas, mas enorme de fumaça contaminadora e contribuinte à minha alergia. Sem muita diferença de todas as suas outras apresentações aqui na região, Cabelo de Serpente trouxe seu repertório cultural e sua contribuição para mais um Raiz e Remix.
Na segunda noite de evento, o sanfoneiro Daniel Itabaiana começa a liderança no palco da feira, com um número praticamente insignificante de pessoas, mas não deixando que isso abale a sua apresentação.
Logo após Lia de Itamaracá, Projeto Tio Zé Bá veio com seu reggae e com um público bastante empolgado para com a sua apresentação. Depois de um animado repertório (quase o mesmo), todos pedem bis, e com tamanha “pressão” (leia-se: eufemismo para ameaças de morte) eles atendem, enquanto começa do outro lado, no palco principal, Marcelo Panthera e os Bruxos da Noite.
Depois da meia hora interminável de batucada do Baque Opará, Estrógeno veio ao palco da feira com todo o seu charme e presença de palco, movendo uma aglomeração de homens pessoas e animando todas elas. O quarteto feminino de Recife trouxe seu rock alternativo, e um cover em homenagem a Amy Winehouse, animando e empolgando grande parte do público, sobretudo o –masculino-.
E depois de muita espera e ansiedade, renascidos das cinzas, após oito anos parados, o punk sujo e cru de Cobaias traz o hardcore mais fodástico dos últimos tempos. Sua animação e seus fiéis fãs contribuíram para uma das melhores apresentações do evento, cantando músicas clássicas e fazendo subir poeira - para muitos que estavam por perto morrerem com tamanha nuvem - eles mostraram o verdadeiro punk rock e trouxeram a esperança para o público de que vão continuar na ativa.

domingo, setembro 4

Raiz e Remix 2011 - Flávio Baião, Matingueiros, Samba de Véio, Lia de Itamaracá, Marcelo Panthera e Wander Wildner

Que a verdade seja dita: O Raiz e Remix, mesmo que tenha sua existência baseada num tempo relativamente curto, já se tornou, merecidamente, uma espécie de tradição no movimento alternativo da região. O festival que engloba as mais diferentes culturas regionais é um evento democrático para – quase – todos os estilos e gostos que não deixa de estar de parabéns.

Este ano o Raiz, em sua 6ª edição, contou com mais atrações do que estávamos acostumados, o que rendeu duas ótimas noites neste aspecto, mas acarretou num trabalho filho da puta muito grande para que nenhuma delas se sinta excluída deste ambiente fraternal. Enfim, tentaremos.

A primeira atração do palco principal do evento ficou a cargo do forrozeiro Flávio Baião, que dispensa mais detalhes de sua apresentação (até porque, francamente, eu não prestei a mínima atenção), mas merece alguns méritos ao menos pela presença num evento como o Raiz e Remix, se é que vocês me entendem.

Ainda no palco principal, sucedendo o francês “pernambucanizado” e muito bem recebido da Bande Dessiné, foi a vez dos Matingueiros e sua presença inédita no Raiz e Remix. Com um show demasiado curto (até para o que haviam planejado) e cheirando a mais samba que maracatu, com muito poucas músicas conhecidas (o que não é um defeito, afinal, há muito tempo eles “acabaram de chegar”), salvo a tradicionalíssima ciranda, que, mesmo não se comparando com a ciranda-hardcore inesquecível do ultimo ano, terminou por precisar de espaço pra tanta gente brincando de roda no meio da poeira.

E dando um imenso salto em relação às outras sete atrações do dia (que serão comentadas posteriormente) e chegando no segundo dia do festival, temos o palco principal reaberto com o Samba de Véio da Ilha do Massangano, que me deixou uma marcante citação: “bota a mão na cabeça, piranha. Bota a mão na cabeça.”

E então, ainda extasiados por essa filosofia, o público foi encaminhado para o palco da feira, onde a banda Estrógeno faria sua apresentação que terminou por agradar bastante, sendo seguida pela cirandeira Lia de Itamaracá, que, veterana no evento, era a verdadeira personificação de Yemanjá nos palcos, embalando um público já parcialmente bêbado em suas cirandas intermináveis, porém divertidas.

Marcelo Panthera e os bruxos da noite, que teve sua apresentação inicialmente ofuscada pelo Projeto Tio Zé Bá, que atendia aos pedidos de permanência no outro palco, foi apagado também da minha memória, tendo seu desempenho avaliado apenas pela seletiva do evento, onde – evidentemente – foi classificado.

E, enfim, como atração principal e encerramento do evento, o inconfundível Wander Wildner destila o seu rock gaúcho e alcoolizado, com letras embebidas tanto no etílico quanto na dor-de-cotovelo e sua presença visivelmente decepcionada com a falta de entusiasmo da grande parte do público, mas ainda assim se mostrando uma das melhores – se não a melhor – atração do evento.

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P.S: Espaço para uma pequena nota de agradecimento ao nosso fiel frequentador "Galeguinho da rapadura HC", pelo blog criado, aparentemente em nossa função, com o objetivo de expor sua verdade absoluta sobre a cena: http://www.galegohc.blogspot.com/

segunda-feira, agosto 29

OBRAS


COMEÇADAS AS VOTAÇÕES 
Se derem por falta de mais alguma banda, por favor avisar nesse post, para não cometermos nenhuma injustiça.
Esperamos compreensão.


Atenciosamente,
Megazord
Gerente Administrativo


Obs.: Desculpem os transtornos, estamos passando por algumas modificações para melhor atendê-los ;)


SALI: Reclamações, dúvidas, ou perguntas estúpidas, favor, consultar  o SALI, em algum Gadget ao lado.

domingo, agosto 28

Ensaio no Parque (20/08) – PS: Sarau Multicultural

O toque irritante em midi, anunciando o recebimento de um sms, me fez despertar chateada, implorava por mais 15 minutos de sono vespertino para poder curar a ressaca do dia anterior e o trabalho do dia atual. Bruscamente levantei minha mão da cama para a mesa ao lado procurando o celular.

“Vou para o Ensaio no Parque. E vc?”

Respondo um “tb” rápido, levanto suada, o que custava me dar mais quinze minutos de sono? Bom, quinze minutos já era o tamanho do meu atraso. Contava com o atraso rotineiro do evento para chegar pontualmente.

     Lembrei do Sarau Multicultural e o “zerinho ou um” tirado para ver quem ia passar no evento, chegando à conclusão que, às vezes, é bem ruim misturar entretenimento com trabalho.

Troquei-me rapidamente com o sono ainda batendo...

     Estava ainda vivo na memória o fiasco do Sarau Multicultural e a sensação de perca de tempo que pareceu invadir as pessoas que eu pensei que fossem assistir ao evento, e deixaram a marca de sua ausência exposta no vácuo formado no meio da praça. Só os gatos pingados de sempre apareceram para bater o ponto.

Amarrei o cabelo volumoso em um coque estranho e costumeiro, passei algo na boca, calçando a mesma sandália surrada de guerra.

     O Sarau... mais um evento produzido visando trazer alternativas de lazer além dos forrós e pagodes excessivos da região, mais um evento: às moscas.

     Há alguns anos era possível ver quatro vezes mais público do que agora nesses eventos. Qual é exatamente o problema? Onde está a falha? As pessoas já não gostam mais de rock? O rock está morrendo? Todo aquele pessoal que assistia a aqueles shows de antes se mudaram? Morreram? Viraram pagodeiros? Ou se trancaram em casa preferindo, por amor aos tímpanos, escutar o seu rockzinho bem trabalhado?

Quase escorregando ao descer a escada, não consegui oprimir uma sensação de desgosto... Mas a gente se acostuma a tanta coisa não é mesmo? Uma a mais, uma a menos, maldito comodismo!

     Qual das alternativas é mais aceitável? Acreditar que aquela lotação de antigamente na concha acústica não era nada mais do que um público poser e modista? Ou será que a falta de animação e público não se trate apenas da falta de roqueiros na região, se trate também das sequelas deixadas pelas bandas que socam nos seus ouvidos sons mal-feitos? Você sairia de casa sabendo que iriam macular músicas que embalaram suas dores, suas alegrias, sua meditação, suas emoções?...O quê estava eu fazendo saindo de casa? Ah, trabalho, maldito diversão! Uma ultima esperança... será que é possível? Será que meu querido rockn’roll não deixará bons descendentes? Será que tudo vai ser destruído pela massa colorida e consumidora compulsiva de prazeres exagerados?

Arrastando-me em caminho ao parque municipal, escutei ao longe o sinal que anunciava que minha especulação sobre a pontualidade do evento estava errada.

     Uma voz feminina, uma canção nacional, batidas de um hit oitentista.

Apresso o passo, não tinha escutado, ainda, um vocal feminino no evento, a música acaba.

     Começa outro hit, é Nirvana, é uma harmonia fiel, é um inglês relativamente bem pronunciado, ao menos sabe a letra, satisfaz um tanto.

Coloco o pé no quiosque, acaba a música. Vou atrás de um conhecido. Acaba o “ensaio” dessa banda tão logo eu cheguei. Procuro informação, qual é banda? Que nota para o ensaio?:

     A Retrospecto em retrospecto, só hits antigos, os mais pops, adaptados ao vocal feminino. Nota para o repertório: 7,0. Nota para a banda em geral, avaliando harmonia, desenvoltura e solos em gerais errados: 6,0. Leva um: nada mal. E eu perdi a apresentação...

Coletadas as informações, me contento com o fato de não ter visto a banda e ter que usar do discernimento de outros para comentá-la. Próxima banda “sobe” ao “palco”. Ótimo! Que continue o ensaio!

     Reliving invade o palco com “seu sorriso de merda” em meio a uma galera desanimada e apreensiva demonstram “sua alegria passageira” enquanto eu assisto copiosamente a voz melosa transformar-se em guturais exagerados que deveriam demonstrar um sentimento reprimido se libertando, mas “isso me incomoda... mesmo estando por fora” porque as músicas em gerais são o cúmulo do egocentrismo, o sentimento reprimido é falso, sem sentido e mais temporário que a “alegria passageira”, é a pura depressividade em excesso, idolatrada em demasia por um estilo que não é nada mais que as vontades do ego brigando com o superego em uma guerra interna e fútil. Maldito seja o dia no qual a alegria não for passageira, maldito seja o dia que só houver felicidade, maldito seja o dia no qual a raça humana estancará na escala evolutiva por já ter alcançado a alegria eterna.*

Olho ao redor procurando encontrar suporte psicológico que me faça crer que aquilo não será o futuro. Aproximadamente vejo um grupo de punks fazer piada com a banda e tentar, em vão, com o seu violão abafar o som excessivamente doloroso que vem do “palco”.

     O Punk, movimento da década de 70, rápido, cru, gritado, cantado, rasgado, vivo, revolucionário, muito mais que um som, um rasgo na sociedade cuspindo todas as feridas expostas (desemprego, guerra, violência, etc.) que eram superficialmente maquiladas com hipocrisia e dissimulada ditadura. Movimento musical e social.

     Outro. Os hippies, surgindo dos movimentos musicais na década de 60, tão forte era o seu ímpeto por lutar por algo maior, que toda a referência musical que originou o “estilo” ficou em segundo plano, precursores da luta ambiental e da anarquia, pregadores da paz e do amor.

Por entre o barulho apreciei uma tentativa de Tom Jobim de um mero violão sufocado pelos guturais. É pau, é pedra... Será que é o fim do caminho? (Será que ficaria legal em uma versão de rock?)

     Mas nem tudo são flores, as coisas desandam quando se tem intenção e falta disposição para mediar dois pontos de vistas. Se for tudo radical demais, exemplo de dois movimentos que deixaram uma lição de luta social, a maioria SE não respeitar a opinião dos outros destroça os diferentes, e os diferentes tem que entender que ser diferente também é igual em direitos. 

     Essa mania de tentar impor aos outros aquilo que eles não querem e nem conseguem entender, essa mania do ser humano de olhar só do seu próprio ponto de vista. “Eu sei que não errei, a vida inteira tentei...”* (ser o melhor de mim?) [Não lembrei o resto]

     Essa mania me parece a característica principal dos novos estilos musicais: lamurias sobre a própria vida... Até na música que foi dedicada a alguém, começava com frases que soarem evidentemente depreciativas para a pessoa.

     Nas partes melosas, a Reliving, para ser Restart só falta a roupa colorida. Mas o que eles querem na verdade é mostrar a qualidade do som pesado que fazem... Mas em geral, a Reliving até que tem uma banda que dá para o gasto mesmo tocando umas musiquinhas ruins ...

     Mas já parou para notar a diferença que faz uma pedaleira? O que será que aconteceria com algumas músicas sem pedaleira?

Enfim, depois de muita tortura, a Reliving cedeu lugar para a banda Quinta Coluna, o público pareceu aumentar e se animar mais. Ao fundo o sol já se pondo trazendo forte luminosidade.

     A Quinta Coluna cravou seus cinco pilares, trazendo um teclado a mais em carga, proporcionando uma oferenda de músicas leves, até mesmo românticas. Tocando de Creed a John Lennon, de Raimundo a Alcione, agradando a gregos, a troianos e a alguns integrantes da Reliving.

     Deixando a desejar nos solos da guitarra por conta do volume baixo, recompensando, porém, nos solos do teclado. Mas o mais preocupante da Quinta Coluna é a falta de amor e compaixão pelo seu vocalista, me pergunto sinceramente que alma desumana deixaria uma pessoa cantar com a mandíbula quebrada enquanto chupa uma balinha? Porque o colocaram em situação tão dolorosa?

     Existiu apenas uma alma piedosa, a de uma moça que tomou-lhe “brutalmente” o microfone para deixá-lo descansar sua mandíbula enferma. (Para cantar o trecho da música dos Raimundos que é cantado por uma mulher)

O sol vermelho se extinguia gritando em tons crepusculares a morte do rei para a chegada da noite, trazendo ao palco a banda Conspiracy Theory 99.

     De repertório mais pesado e seco, a Conspiracy Theory 99 precisa urgentemente de um guitarrista base (interessados, por favor, deixar currículo nos comentários, ou não). Com apetite por velocidade e agitação, a CT99 (eu não vou ficar digitando esse nome enorme toda hora) mostrou nesse ensaio qual caminho vai seguir, e se mostrou relativamente bem, a não ser pelo fato de estarem tocando como se não gostassem das músicas e quisessem só mostrar que sabiam tocar um instrumento. Espero ver as próximas apresentações com um repertório igualmente forte e um pouco mais quente.

Para finalizar o evento que estava beirando às 20h, Sinopse entra em cena.

     Fazendo jus ao nome rápido e fácil, e para alguns um pouco entediante, a Sinopse vem animada e leve, acostumaram-se ao ritmo das apresentações, parecem menos inseguros e mais centrados no que querem, mas é realmente uma pena que o querem limita-se a um cover de um bandinha ruim. Que tal inovar um pouco? Fazer uma música nova? Tentar outro estilo? E ai?

PS: Sei que me empolguei nesse post, mas e daí?

* Entre aspas os trecho de alguma música de autoria da Reliving.

sábado, agosto 13

Mega Ensaio no Parque - Overdrive e Sinopse

       Esse post existe apenas como o tapa-buraco para que as bandas restantes do Ensaio não se sintam (percebam?) abandonadas e inferiores e bláblábla... Um triste comunicado do óbito da nossa querida Blue, que tanto nos fez refletir com a alta filosofia contida em seus posts.
      E então, numa ordem que até então eu não precisaria lembrar, temos diante do tão grande quanto animado público, a banda Overdrive. Com o seu punk inegável e bem estruturado do qual não comentarei com minha visão alienada e controlada pelo sistema por não entender nada dele.
        De qualquer forma, a Overdrive não deixa de ter seus méritos, dos quais um deles é a capacidade de instigar um hardcore natural, como tem que ser.
        Como a penúltima banda a se apresentar, a Sinopse quebrou seu maior diferencial: O trocadilho que era gerado quando associávamos o nome ao fato de a banda sempre ser a primeira nos palcos. A decepção que sentimos é intraduzível. Tristemente Sinopse já não é mais sinopse.
       Em uma apresentação “versão Epílogo” da Sinopse, que marcou a volta de Cobaia como baterista e fez o prenúncio de sua próxima aparição, que em um futuro provável a banda se anunciará da forma como é vista: Um cover da Andranjos executada por integrantes da Overdrive (Entendam que a definição só é uma ofensa para quem tem algo contra alguma destas bandas). Ainda assim, vale comentar que a performance de um de seus guitarristas estava especialmente boa.
 

P.S: Agora paremos de comemorar. A blue está viva – por enquanto – e seu post a respeito do ensaio deixou de existir por pura falta de vergonha na cara, forçando a minha pessoa a cobrir sua ausência, o que não exige de mim uma conclusão ou introdução decentes. 

domingo, agosto 7

Mega Ensaio no Parque - Ambrósia, Reliving e Desideratu

E depois de um lamentável sumiço do calendário alternativo da cidade, eis que temos um empolgante – e colorido, muito colorido – sábado dedicado ao “ensaio” de algumas bandas dispostas a mostrar seu “trabalho”. Desta vez, o Ensaio no Parque foi anunciado como MEGA Ensaio no Parque (?!) por motivos que eu realmente agradeceria se alguém me apontasse.

De qualquer forma, o ensaio (que deixou de ser realmente um ensaio pouco depois da primeira edição) ocorreu como de costume, com seus atrasos e problemas relacionados à aparelhagem de som, tendo como novidade apenas o fato de esse ter sido ligeiramente mais doce que os anteriores.

Responsável pelo teor glicêmico do evento, tivemos a estréia da banda Ambrósia, um cruzamento inusitado de Fresno com uma dupla sertaneja, que ainda espera por uma definição mais precisa para suas letras literalmente adocicadas e com um conteúdo que provou não englobar apenas romancezinhos adolescentes como pensamos à priori: algumas letras também falam do fim deles.

O clima acústico da banda formada apenas por um violão e uma guitarra completamente ofuscada – porém desta vez temo que a culpa não tenha sido dos integrantes – acompanhando três vocais (dos quais dois só serviam mesmo para atrapalhar) fazia com que eu me convencesse cada vez mais veementemente de que a existência do guitarrista e da dupla sertaneja era necessária apenas para que a “menina com o violão” (que, para contrabalancear, não canta tão mal) fosse chamada de “banda”.

Seguindo a Ambrósia na tarefa de emocionar ainda mais o público, a Reliving tomou a frente, na tentativa (e peço que grifem mentalmente a palavra “tentativa”) de arrastar multidões em seu encalço ao chamado do mestre Fissú, que acabou por desistir do seu famoso Hardcore coordenado ao perceber que até seus companheiros de banda tramaram planos de fuga após seu convite de que o público se adiantasse ao pé do palco.

E mesmo que desprezada pelos próprios fãs e admiradores, a Reliving chegou perto de fazer sua melhor apresentação em público, o que provavelmente foi produto do volume extremamente baixo do microfone do vocalista. Agradecimentos sinceros aos envolvidos nessa sábia decisão.

E por fim, mais por fim do que se possa imaginar, eis que a desideratu encerrou o evento para o imenso número de presentes que quase alcançava uma dezena de rostos desiludidos, com uma apresentação que não deixou de surpreender na empolgação, considerando as circunstâncias.

A banda investiu nos covers nacionais, alguns que, seguindo a clássica Leão do Norte que sempre é tocada, ganharam boas versões em rock, como as músicas da cantora Elis Regina, que quase nos fizeram esquecer que era Aparício quem cantava (aguardemos. Um dia esse detalhe passará em branco) e enfim demonstraram um pouco de originalidade na banda, que parece – incrivelmente – estar encontrando sua identidade.

terça-feira, agosto 2

Dia Mundial do Rock Ed. VII – The Tarraxos, Maggica e Parthak

Com o objetivo de bater o recorde em assiduidade nas postagens o Vi e Entendi comenta pontualmente o evento do dia 16 de Julho em comemoração ao dia mundial do rock (13 de julho) realizado em Petrolina, onde rolou no palco alternativo (?) da orla uma homenagem com seis bandas que tocaram aquilo que simbolizava, para elas, o melhor do rock.
The Tarraxos abriu o show tocando muito dos The Beatles e outras antiguíssimas que levou a velharada (ou quem gosta de velharadas: eu) a uma leve nostalgia misturada a uma leve indignação. Como fã das “pré-históricas” músicas tocadas e classificadas por mim como boas e tão jovens quanto eternas, das quais dificilmente me cansarei, mesmo que tirem elas do ritmo e coloquem um vocal apático, ainda assim gostarei. A The Tarraxos deixou a desejar na empolgação e na fidelidade – que não nas letras, também no ânimo. Catastroficamente, de sua apresentação apagada pouco me lembro, e peço perdão, pois pouco tenho que fazer aqui.
Maggica mais uma vez subindo ao palco para mostrar todo o seu metal-heavy-forever com seu vocal não-serei-Jorginho-nunca e sem o seu guitarrista monstro* Edésio, trouxe, literalmente, a mágica ao evento – com direitos a blackout e fogos de artificio (em algum lugar longe, lá atrás, mais alguém viu?). Tocando os hits heavy-metal de sempre com “Ozzy” e “Eye of the tiger” fazendo a galera se animar e bater cabeça, foi, porém, todavia, entretanto, mais uma apresentação animadinha que fez a galera sair do lugar por não ter mais nada o que fazer. Estranhamente faltaram alguns solos, o que perturbou a memória dos que conheciam a música dando uma sensação de vazio momentâneo.
Parthak a ultima banda da noite, especialmente para os metaleiros-gutural-do-mal, destruiu algumas músicas do Iron Maiden, fez o gutural ininteligível de sempre, e foram enlouquecidamente prestigiados pelo público. O que me intriga significativamente é que mesmo assim a galera gostou de ver algumas de suas músicas estragadas a olhos vistos…

*A utilização da palavra monstro refere-se nessa sentença a um elogio.

segunda-feira, agosto 1

Dia mundial do Rock Ed. VII – Jones e Crematorium

Ainda adepta da sábia teoria do “antes tarde do que nunca” e escrevendo único e exclusivamente para forjar um compromisso que na verdade não temos para com a "destruição das bandas da região", eis que aqui me encontro, enfim, para relatar o evento comemorativo do Dia Mundial do Rock.
Com as bandas Jones, The Tarraxos, Parthak, Crematorium, Andranjos e Mággica - talvez não necessariamente nessa ordem – o evento surpreendeu positivamente na quantidade de pessoas esperadas levando em consideração seu porte.

A novata (?) Jones foi a segunda banda a se apresentar na noite, entitulando-se como “indie rock” de acordo com a onisciência do VCRC e esquecendo-se apenas de acrescentar que todo o seu “indie” reduz-se simplesmente a um “Los Hermanos Cover”. Senti-me quase ludibriada ao perceber que o começo da apresentação com covers de outras bandas serviram apenas para nos iludir a respeito de toda a discografia do Los Hermanos que seria tocada a seguir.
De qualquer forma foram execuções relativamente boas, na medida do possível. Uma harmonia mediana, um vocal mediano, um repertório fora do esperado, mas que terminou não se mostrando um prejuízo total.

Seguindo a Jones, numa ordem que como demonstrado anteriormente, eu não me lembro, a Andranjos veio ao palco com a notícia – ironicamente dada no mesmo palco do qual outrora vieram insultos – de que nossas cabeças não são mais desejadas na guilhotina. Agradecimentos ao vocalista Van por nos ter presenteado com essa pequena tranqüilidade, porém, como estamos todos cansados de saber, a banda não mais será comentada nesse sórdido recinto. Não por medo ou desprezo, não por "estrelismo", mas pela permanência de uma opinião já formada que não merece ser repetida por nenhum dos lados.

A Crematorium veio depois com os guturais bastante razoáveis e a guitarra destrutiva (no bom sentido, se é que existe um) devidamente acompanhada pelo estilo Joelma do Calypso headbanger, de um dos organizadores do evento – que por sinal está de parabéns – e de seu death metal que, em união com a banda Parthak, terminou por fazer-se o estilo predominante da noite.

sexta-feira, julho 22

Moto Chico - Domingo (10 de Julho)


Enfim, depois de muita preguiça e dispensando introduções... postando.
A Whisky Rose sobe ao palco numa tardezinha de domingo com um público "super animado e presente". Seus figurinos mostram que eles estão ali para fazer o melhor cover de Guns e que não estão ligando pra o quê a galera vai falar. (Queria essa auto-estima pra mim)
Decepcionando geral e excedendo os limites das apresentações deploráveis a Whisky Rose só fez concluir a minha certeza de que seu cover é uma merda e que os gritinhos agudos do vocalista são capazes de agoniar até o maior fã da Restart, de tão desafinado que é; a falta de conhecimento das letras das músicas só faz piorar o bolo todo, somando-se a isso a postura forçada de seu "Axl Rose".
Me alivia notar que mais pessoas compartilham dessa opinião, e o mundo não está totalmente perdido; tal foi minha felicudade em escutar: “Sai daí seu merda." "Você merece morrer!” (adoro isso xDD) foram alguns dos vários comentários que eu ouvi de um grupo de gunners logo atrás de mim. Ao dar uma olhada geral em torno da galera, vi expressões muito distintas até, agonia, raiva, decepção, coisas tipo: WTF?... alimentava o sentimento de admiração do público pela banda. Tudo bem que eles escolheram a banda errada para fazer cover, mas ao menos poderiam não ter denegrido tanto a imagem de uma banda que move multidões.
Duas constatações fazem-se óbvias na Whisky Rose, mas vamos deixar evidente. Primeira: o vocal quer ser a encarnação não ressucitada de seu ídolo e consegue ser extremamente humilhante para este; se visse isso o coitado do Axl iria querer cavar a própria cova ou sair aterrorizado, pois o vocal da Whisky Rose assusta as pessoas com seus gritos histéricos e agourentos. Segunda: com doze anos de banda ele ainda não conseguiu aprender as letras mais fáceis... e nem a ter bom gosto. Eles deviam primeiramente mudar a banda que serve de inspiração, e segundo, se aprender inglês é pedir demais, no mínimo, decorar as letras direito. Tenho certeza que assim poderiam ter mais progresso, ou no mínimo tornaria-se escutável!
Penosamente erraram o assovio de Patience, a tosse durante algumas músicas não sei dizer se foi proposital e ele ainda alternava de tom de voz, às vezes ele era o Pateta e outras o Mickey Mouse. Mas tudo bem, o que importa é que o Whisky Rose nos mostrou o que sabe fazer de melhor - fazer pessoas pedirem perdão e implorar pela salvação de suas músicas preferidas.
Logo após de um hard-rock-pesado-ao-extremo-demais-da-conta, chegam Os Jeans nos presenteando com a melhor de todas as suas apresentações (que não foram muitas, especificamente baseada em apenas uma, a do sarau multicultural, já que não presenciamos a apresentação do InTenda II), fazendo covers de clássicos nacionais e mais uma vez, deixando a desejar no conjunto. Saindo do ritmo, perdendo a interação entre a banda, entradas antes de saídas e saídas antes de entradas. Alcançando às vezes algum entrosamento nos refrões. Há vontade, continuem ensaiando.
E finalizando, Jaqueline e Banda sobem e trazem consigo uma legião de anjinhos do senhor para Petrolina, colocando para correr todos os motociclistas e rockeiros que esperavam que esse ia ser mais um motochico como todos os outros - digno -, porém abençoando com muito louvor o fim de mais um moto chico, com alguns gatos pingados no fim da festa. Trazendo um poder tocante e iluminador que não me permite aqui falar algo mais já que o inferno não é lugar muito bonito para ser jogado.