P.S.³: O blog ficará como patrimônio cultural (não será deletado), pois sabemos que vocês sentirão saudades.
sábado, janeiro 7
Enfim, o fim.
P.S.³: O blog ficará como patrimônio cultural (não será deletado), pois sabemos que vocês sentirão saudades.
sábado, dezembro 3
Domingo no Parque - Conspiracy Theory, WR17 e Crazy Train
Depois de muito remoer com preguiça de postar uma semana imensamente atribulada, eis que aparecemos para compartilhar nossa visão de merda sobre o primo rico do Ensaio no Parque, agora chamado de Projeto Domingo no Parque para dar todo aquele glamour e aquela emoção de coisa séria (ou de ação social) com gostinho de apoio da prefeitura de Petrolina.
Antes de qualquer coisa, vou logo adiantando no inicio do post que nossa excelência em falhar “profissionalmente” não nos permitiu assistir a todas as apresentações, o que exclui os comentários sobre as bandas Bazzara e 4 Jeans no evento. Espero que um dia os integrantes de tais bandas, uma vez curados da depressão profunda, possam nos perdoar a respeito dessa atroz exclusão que sofreram. Amém.
Dando inicio a uma empolgante tarde embebida no rock de qualidade, alucinando toda uma multidão ensandecida e brindando-nos com seu som, os “novatos” da Conspiracy Theory vieram aos palcos, com uma apresentação que – segundo opiniões de terceiros, uma vez que eu (Purple) os assistia pela primeira vez – se mostrou bem melhor que a anterior. De fato, a banda não foi o pior sacrilégio que meus ouvidos calejados com a cena local (não, não vou fingir que todas as bandas da cidade prestam só para incentivar o cenário alternativo. A maioria de vocês já faz isso por mim) chegaram a conhecer. Um destaque para o baterista e alguns covers relativamente assustadores (não exatamente no bom sentido) de bandas como Mötorhead, e estamos resolvidos.
E então foi a vez da Crazy Train, digo, Maggica... não, não, Crazy Train mesmo, tomar o seu lugar no palco e, com seus covers do Black Sabbath finalmente nos consolaram com uma dose de música de verdade, proporcionando ao público o momento mais animado até então e tirando de mim a oportunidade de falar mal e enrolar parágrafos. Odeio escrever sobre bandas boas.
Por fim, como já justificado no inicio do post, nos dedicamos em perder as apresentações das bandas Bazzara e 4 Jeans na intenção de salvar o pouco de dignidade que restava em nossas almas. Ou não.
sábado, novembro 19
Digdin - Retrospecto
"Qual o cereal radical que te dá energia para o dia-a-dia?"
quinta-feira, novembro 10
Petrolina Adormecida
Petrolina, cidade banhada por um único Velho Chico, velho, porém forte, velho, porém fértil (e não, ele não usa viagra) exportadora de frutas e da maior truculência troglodida dos roceiros cheios da grana. Enriquecida por suas mangas, goiabas, bananas e uvas; um viva às uvas.
O Sol esquenta, a cuca racha, e todos adormecem perdidos na penumbra de tanta luz brilhante, adormecem despercebidos do raciocínio das uvas radiantes.
Espalha-se aos montes garrafas de cerveja para aliviar o calor, estouram vibrantes as ondas de som primitivos para extrair o suor, (quase todos) deixam de lado os sabores doces que podem aliviar, deixam de lado os sons poderosos que podem acalmar e saciar.
E assim, Petrolina Adormece em tanto agito... é vil, é fútil, é zumbido.
Aos poucos "lares" banhados em sangue de uva: resta esperar e ansiar por um espaço menos aquecido ao sol; esperar e ansiar por mais um momento onde o suor seja pretexto contextual; esperar e ansiar por um momento onde banhar-se não seja humilhar-se a qualquer desígnio sexual.
E assim para essas lares renasce a esperança e o agito dos prazeres desvulgarizados com a chegada do Umbuzada Sonora acompanhado dos Paralamas d'e já nem tanto Sucesso, e assim regados a vinho Petrolina acorda e adormerce...
Depois de muitas, inúteis, e frustradas tentativas de receber a honra da Reliving em postar no nosso mísero blog, aceitamos piamente nossa derocada derrota e humilhante rejeição, choramos horrores e depois fomos escutar o álbum do mestre Amado Batista para amenizar nossa dor de cotovelo.
Mas então, para tristeza de muitos e alegria da Desideratu que toma posse de tão disputado e merecido prêmio - cof cof cof - no lugar da verdadeira ganhadora.
Concedemos enfim, direito à três postagens "livres" (sim, tem aspas aí, pois revisaremos o texto e se não tiverem o sobre o que falar, nós indicaremos algo) para as bandas Retrospecto e Desideratu.
Façam bom proveito de vossa "liberdade" e, por favor, nos façam rir de tanto chorar!
quinta-feira, setembro 29
Votações:
Manga Rock - A Cúpula, Cabelo de Serpente, Matheus XV. Nota: Crematorium
domingo, setembro 25
Manga (sem cachê) Rock - Reliving, Assination, Medievais
Minhas últimas palavras: não me matem, por favor, finjam que é TPM...
Manga Rock – Maggica, Jagunços, Irados do Sertão e Cobaias
O Manga Rock, baseando-se em toda a ausência de edições passadas e já se intitulado “ O melhor festival de Rock do Vale do São Francisco” (onde a quantidade de festivais de rock é realmente muito vasta) , ocorreu no ultimo dia 07 na arena Manga Rosa. E sim, embora haja controvérsias, somos adeptas da teoria do “antes tarde do que nunca”.
Enfim, (ignorando toda a longa programação que deveria introduzir este parágrafo, e indo direto para o que me coube) a Maggica veio ao palco com uma apresentação que se mostrou surpreendentemente morna, precedendo o que seria uma longa jornada de resistência até o final do evento - a julgar por grande parte do público que já começava a puxar as primeiras cadeiras em sua grande empolgação - além de trazer um vocalista extremamente dedicado a superestimar a própria voz nos clássicos do metal.
Posteriormente à Maggica, foi a vez da banda Jagunços renascer das cinzas, após a promessa se atirar nas chamas com o anúncio de que a banda mudaria o nome. Com seu vocalista de visão permanentemente ofuscada por seus óculos escuros num cruzamento de X-men com Bono Vox, e uma versão inédita da música “Take on Me”, que, com a pronúncia perfeita do seu inglês, terminou por atender por “Shake on me”. Apesar dos pesares, a apresentação da Jagunços foi responsável pela maior demonstração de entusiasmo do público, passando uma grande energia no palco, mesmo que o grande clichê da banda, que atende pelo nome do U2, tenha sido excluído "espontaneamente" do repertório.
Já no final do evento, com um público que divida o seu motivo de persistência entre a necessidade de fazer valer o dinheiro pago no ingresso e a fidelidade à ultima banda anunciada na programação, a Irados do Sertão, outra banda a ressurgir do limbo da cena alternativa, veio apenas para castigar ainda mais uma pequena quantidade de pessoas que desejava veementemente o fim de sua apresentação, que, ao ameaçar se alongar um pouco mais, semeou o pânico nos poucos sobreviventes.
Por fim, e muito mais “por fim” do que o previsto, com direito a oficiais de justiça e todo o gamour necessário, o punk da Cobaias tem seu início em meio a merecida empolgação de um público pequeno, mas de um fidelidade absurda ao seu som.
sábado, setembro 10
Raiz e Remix - Bande Dessiné, Devotos, Bazzara, Rukha (não nessa ordem)
Bazzara - Aviso urgente: Todos os integrantes da Bazzara encontram-se no banco de espera para o recebimento de glicose, doadores apiedados, favor levar 3 garrafas de vodca, 1 de pitú, e 5 litros de qualquer vinho barato para ajudar a aguentar a espera.
Agressivamente enfiada na programação, sem levar em conta seleção anterior (quem sabe alguém aparece por aqui e explica por qual motivo aconteceu essa façanha, até lá vou deduzindo), e "seduzindo" com uma animada e bizarra presença de palco. A Bazzara conseguiu um dos feitos mais absurdos que já vi: saíram inteiros e sem levar pedradas depois de serem "cuspidos pela lua" e blasfemar contra algumas músicas (não muito surpreendente,como bem sabemos, o público já está acostumado a qualquer porcaria).
E mais absurdo ainda, a banda conseguiu, assustadoramente, reunir um grande público a repetir seus refrões (o que deixa claro e evidente que a maioria nem sempre está com a razão), e mais absurdo ainda (ou não), todos os integrante da banda estavam se preparando para bater um recorde: o de mais pessoas entrando em coma alcoólico após um show. Triste informar que não bateram o recorde, fica para a próxima.
Mas nem tudo são flores, alcóol e cuspe da lua. Me doí ter que admitir, mas se faz necessário destacar que o estilo e animação da Bazzara a torna notável e até mesmo contagiante, mesmo que deixando a desejar no inglês ou em tons mais altos, a banda aguenta alegre e morrendo terminar uma música e continuar no mesmo pique a próxima. Provavelmente (acho eu) o diferencial da banda é seu estilo ousado de aprensentação que me parece uma baderna levada à sério jorrando empolgação juvenil para um futuro incerto. Como banda ainda tem muito o que melhorar, mas se faltar animação para continuar, tudo se resolve com
Não deixando a desejar em nada para os amantes do estilo; pena que os amantes do estilo devem se resumir no máximo a 15 pessoas (não esperem que eu minta, diversificação cultural não é bem aceita nesse sertão que parece ter as patentes de diferenças sociais limitadas aos círculos concordantes com a maioria, enquanto tentam sufocar a minoria 'desordeira'). Fazendo uma apresentação singular em relação as outras edições, que não obteve tanto charme e meiguice.
Rukha é sopro de vida... e como a vida é uma rotina, eles repetem o mesmo embalo soprado e eu a mesma piada escarrada.
Mesmo não se diferenciando em nada com as apresentações anteriores, ainda assim a Rukha deixa a assinatura de seu estilo, e mostra mais uma vez que faz tudo no seu ritmo, adequando-se apenas a sua própria vontade. Um tanto apagada, porém significativamente singular a seu modo. (Juro que na próxima vez presto mais atenção)
Devotos - Não sei, não vi, não entendi e fugi... Tanto do barulho provocador de delírio do público, quanto da poeira que incomodou meu afrescalhado nariz.
Mas não pude deixar de notar que outros fugitivos esquivavam-se furtivamente sem levantar suspeitas rumo a suas limpas e silenciosas casas. Fugas por debaixo do pano, porque né, é punk, e fugir do punk é feio, é como ser um alienado qualquer que finge que escuta punk e foge na iminência de qualquer barulho animado. Eita caramba, eu fugi, e agora? Sou poser? Oh não!
PS: Quem gostou da Devotos marca "Q droga!" ou deixa sem marcar mesmo que era só piada, mas não funcionou. (Piada mal feita hein?)
sexta-feira, setembro 9
Raiz e Remix 2011- Cabelo de Serpente, Daniel Itabaiana, Projeto Tio Zé Bá, Estrógeno e Cobaias
domingo, setembro 4
Raiz e Remix 2011 - Flávio Baião, Matingueiros, Samba de Véio, Lia de Itamaracá, Marcelo Panthera e Wander Wildner
Que a verdade seja dita: O Raiz e Remix, mesmo que tenha sua existência baseada num tempo relativamente curto, já se tornou, merecidamente, uma espécie de tradição no movimento alternativo da região. O festival que engloba as mais diferentes culturas regionais é um evento democrático para – quase – todos os estilos e gostos que não deixa de estar de parabéns.
Este ano o Raiz, em sua 6ª edição, contou com mais atrações do que estávamos acostumados, o que rendeu duas ótimas noites neste aspecto, mas acarretou num trabalho filho da puta muito grande para que nenhuma delas se sinta excluída deste ambiente fraternal. Enfim, tentaremos.
A primeira atração do palco principal do evento ficou a cargo do forrozeiro Flávio Baião, que dispensa mais detalhes de sua apresentação (até porque, francamente, eu não prestei a mínima atenção), mas merece alguns méritos ao menos pela presença num evento como o Raiz e Remix, se é que vocês me entendem.
Ainda no palco principal, sucedendo o francês “pernambucanizado” e muito bem recebido da Bande Dessiné, foi a vez dos Matingueiros e sua presença inédita no Raiz e Remix. Com um show demasiado curto (até para o que haviam planejado) e cheirando a mais samba que maracatu, com muito poucas músicas conhecidas (o que não é um defeito, afinal, há muito tempo eles “acabaram de chegar”), salvo a tradicionalíssima ciranda, que, mesmo não se comparando com a ciranda-hardcore inesquecível do ultimo ano, terminou por precisar de espaço pra tanta gente brincando de roda no meio da poeira.
E dando um imenso salto em relação às outras sete atrações do dia (que serão comentadas posteriormente) e chegando no segundo dia do festival, temos o palco principal reaberto com o Samba de Véio da Ilha do Massangano, que me deixou uma marcante citação: “bota a mão na cabeça, piranha. Bota a mão na cabeça.”
E então, ainda extasiados por essa filosofia, o público foi encaminhado para o palco da feira, onde a banda Estrógeno faria sua apresentação que terminou por agradar bastante, sendo seguida pela cirandeira Lia de Itamaracá, que, veterana no evento, era a verdadeira personificação de Yemanjá nos palcos, embalando um público já parcialmente bêbado em suas cirandas intermináveis, porém divertidas.
E, enfim, como atração principal e encerramento do evento, o inconfundível Wander Wildner destila o seu rock gaúcho e alcoolizado, com letras embebidas tanto no etílico quanto na dor-de-cotovelo e sua presença visivelmente decepcionada com a falta de entusiasmo da grande parte do público, mas ainda assim se mostrando uma das melhores – se não a melhor – atração do evento.
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P.S: Espaço para uma pequena nota de agradecimento ao nosso fiel frequentador "Galeguinho da rapadura HC", pelo blog criado, aparentemente em nossa função, com o objetivo de expor sua verdade absoluta sobre a cena: http://www.galegohc.blogspot.com/
segunda-feira, agosto 29
OBRAS
COMEÇADAS AS VOTAÇÕES
Atenciosamente,
Megazord
Gerente Administrativo
Obs.: Desculpem os transtornos, estamos passando por algumas modificações para melhor atendê-los ;)
SALI: Reclamações, dúvidas, ou perguntas estúpidas, favor, consultar o SALI, em algum Gadget ao lado.
domingo, agosto 28
Ensaio no Parque (20/08) – PS: Sarau Multicultural
O toque irritante em midi, anunciando o recebimento de um sms, me fez despertar chateada, implorava por mais 15 minutos de sono vespertino para poder curar a ressaca do dia anterior e o trabalho do dia atual. Bruscamente levantei minha mão da cama para a mesa ao lado procurando o celular.
“Vou para o Ensaio no Parque. E vc?”
Respondo um “tb” rápido, levanto suada, o que custava me dar mais quinze minutos de sono? Bom, quinze minutos já era o tamanho do meu atraso. Contava com o atraso rotineiro do evento para chegar pontualmente.
Lembrei do Sarau Multicultural e o “zerinho ou um” tirado para ver quem ia passar no evento, chegando à conclusão que, às vezes, é bem ruim misturar entretenimento com trabalho.
Troquei-me rapidamente com o sono ainda batendo...
Estava ainda vivo na memória o fiasco do Sarau Multicultural e a sensação de perca de tempo que pareceu invadir as pessoas que eu pensei que fossem assistir ao evento, e deixaram a marca de sua ausência exposta no vácuo formado no meio da praça. Só os gatos pingados de sempre apareceram para bater o ponto.
Amarrei o cabelo volumoso em um coque estranho e costumeiro, passei algo na boca, calçando a mesma sandália surrada de guerra.
O Sarau... mais um evento produzido visando trazer alternativas de lazer além dos forrós e pagodes excessivos da região, mais um evento: às moscas.
Há alguns anos era possível ver quatro vezes mais público do que agora nesses eventos. Qual é exatamente o problema? Onde está a falha? As pessoas já não gostam mais de rock? O rock está morrendo? Todo aquele pessoal que assistia a aqueles shows de antes se mudaram? Morreram? Viraram pagodeiros? Ou se trancaram em casa preferindo, por amor aos tímpanos, escutar o seu rockzinho bem trabalhado?
Quase escorregando ao descer a escada, não consegui oprimir uma sensação de desgosto... Mas a gente se acostuma a tanta coisa não é mesmo? Uma a mais, uma a menos, maldito comodismo!
Qual das alternativas é mais aceitável? Acreditar que aquela lotação de antigamente na concha acústica não era nada mais do que um público poser e modista? Ou será que a falta de animação e público não se trate apenas da falta de roqueiros na região, se trate também das sequelas deixadas pelas bandas que socam nos seus ouvidos sons mal-feitos? Você sairia de casa sabendo que iriam macular músicas que embalaram suas dores, suas alegrias, sua meditação, suas emoções?...O quê estava eu fazendo saindo de casa? Ah, trabalho, maldito diversão! Uma ultima esperança... será que é possível? Será que meu querido rockn’roll não deixará bons descendentes? Será que tudo vai ser destruído pela massa colorida e consumidora compulsiva de prazeres exagerados?
Arrastando-me em caminho ao parque municipal, escutei ao longe o sinal que anunciava que minha especulação sobre a pontualidade do evento estava errada.
Uma voz feminina, uma canção nacional, batidas de um hit oitentista.
Apresso o passo, não tinha escutado, ainda, um vocal feminino no evento, a música acaba.
Começa outro hit, é Nirvana, é uma harmonia fiel, é um inglês relativamente bem pronunciado, ao menos sabe a letra, satisfaz um tanto.
Coloco o pé no quiosque, acaba a música. Vou atrás de um conhecido. Acaba o “ensaio” dessa banda tão logo eu cheguei. Procuro informação, qual é banda? Que nota para o ensaio?:
A Retrospecto em retrospecto, só hits antigos, os mais pops, adaptados ao vocal feminino. Nota para o repertório: 7,0. Nota para a banda em geral, avaliando harmonia, desenvoltura e solos em gerais errados: 6,0. Leva um: nada mal. E eu perdi a apresentação...
Coletadas as informações, me contento com o fato de não ter visto a banda e ter que usar do discernimento de outros para comentá-la. Próxima banda “sobe” ao “palco”. Ótimo! Que continue o ensaio!
Reliving invade o palco com “seu sorriso de merda” em meio a uma galera desanimada e apreensiva demonstram “sua alegria passageira” enquanto eu assisto copiosamente a voz melosa transformar-se em guturais exagerados que deveriam demonstrar um sentimento reprimido se libertando, mas “isso me incomoda... mesmo estando por fora” porque as músicas em gerais são o cúmulo do egocentrismo, o sentimento reprimido é falso, sem sentido e mais temporário que a “alegria passageira”, é a pura depressividade em excesso, idolatrada em demasia por um estilo que não é nada mais que as vontades do ego brigando com o superego em uma guerra interna e fútil. Maldito seja o dia no qual a alegria não for passageira, maldito seja o dia que só houver felicidade, maldito seja o dia no qual a raça humana estancará na escala evolutiva por já ter alcançado a alegria eterna.*
Olho ao redor procurando encontrar suporte psicológico que me faça crer que aquilo não será o futuro. Aproximadamente vejo um grupo de punks fazer piada com a banda e tentar, em vão, com o seu violão abafar o som excessivamente doloroso que vem do “palco”.
O Punk, movimento da década de 70, rápido, cru, gritado, cantado, rasgado, vivo, revolucionário, muito mais que um som, um rasgo na sociedade cuspindo todas as feridas expostas (desemprego, guerra, violência, etc.) que eram superficialmente maquiladas com hipocrisia e dissimulada ditadura. Movimento musical e social.
Outro. Os hippies, surgindo dos movimentos musicais na década de 60, tão forte era o seu ímpeto por lutar por algo maior, que toda a referência musical que originou o “estilo” ficou em segundo plano, precursores da luta ambiental e da anarquia, pregadores da paz e do amor.
Por entre o barulho apreciei uma tentativa de Tom Jobim de um mero violão sufocado pelos guturais. É pau, é pedra... Será que é o fim do caminho? (Será que ficaria legal em uma versão de rock?)
Mas nem tudo são flores, as coisas desandam quando se tem intenção e falta disposição para mediar dois pontos de vistas. Se for tudo radical demais, exemplo de dois movimentos que deixaram uma lição de luta social, a maioria SE não respeitar a opinião dos outros destroça os diferentes, e os diferentes tem que entender que ser diferente também é igual em direitos.
Essa mania de tentar impor aos outros aquilo que eles não querem e nem conseguem entender, essa mania do ser humano de olhar só do seu próprio ponto de vista. “Eu sei que não errei, a vida inteira tentei...”* (ser o melhor de mim?) [Não lembrei o resto]
Essa mania me parece a característica principal dos novos estilos musicais: lamurias sobre a própria vida... Até na música que foi dedicada a alguém, começava com frases que soarem evidentemente depreciativas para a pessoa.
Nas partes melosas, a Reliving, para ser Restart só falta a roupa colorida. Mas o que eles querem na verdade é mostrar a qualidade do som pesado que fazem... Mas em geral, a Reliving até que tem uma banda que dá para o gasto mesmo tocando umas musiquinhas ruins ...
Mas já parou para notar a diferença que faz uma pedaleira? O que será que aconteceria com algumas músicas sem pedaleira?
Enfim, depois de muita tortura, a Reliving cedeu lugar para a banda Quinta Coluna, o público pareceu aumentar e se animar mais. Ao fundo o sol já se pondo trazendo forte luminosidade.
A Quinta Coluna cravou seus cinco pilares, trazendo um teclado a mais em carga, proporcionando uma oferenda de músicas leves, até mesmo românticas. Tocando de Creed a John Lennon, de Raimundo a Alcione, agradando a gregos, a troianos e a alguns integrantes da Reliving.
Deixando a desejar nos solos da guitarra por conta do volume baixo, recompensando, porém, nos solos do teclado. Mas o mais preocupante da Quinta Coluna é a falta de amor e compaixão pelo seu vocalista, me pergunto sinceramente que alma desumana deixaria uma pessoa cantar com a mandíbula quebrada enquanto chupa uma balinha? Porque o colocaram em situação tão dolorosa?
Existiu apenas uma alma piedosa, a de uma moça que tomou-lhe “brutalmente” o microfone para deixá-lo descansar sua mandíbula enferma. (Para cantar o trecho da música dos Raimundos que é cantado por uma mulher)
O sol vermelho se extinguia gritando em tons crepusculares a morte do rei para a chegada da noite, trazendo ao palco a banda Conspiracy Theory 99.
De repertório mais pesado e seco, a Conspiracy Theory 99 precisa urgentemente de um guitarrista base (interessados, por favor, deixar currículo nos comentários, ou não). Com apetite por velocidade e agitação, a CT99 (eu não vou ficar digitando esse nome enorme toda hora) mostrou nesse ensaio qual caminho vai seguir, e se mostrou relativamente bem, a não ser pelo fato de estarem tocando como se não gostassem das músicas e quisessem só mostrar que sabiam tocar um instrumento. Espero ver as próximas apresentações com um repertório igualmente forte e um pouco mais quente.
Para finalizar o evento que estava beirando às 20h, Sinopse entra em cena.
Fazendo jus ao nome rápido e fácil, e para alguns um pouco entediante, a Sinopse vem animada e leve, acostumaram-se ao ritmo das apresentações, parecem menos inseguros e mais centrados no que querem, mas é realmente uma pena que o querem limita-se a um cover de um bandinha ruim. Que tal inovar um pouco? Fazer uma música nova? Tentar outro estilo? E ai?
PS: Sei que me empolguei nesse post, mas e daí?
* Entre aspas os trecho de alguma música de autoria da Reliving.
sábado, agosto 13
Mega Ensaio no Parque - Overdrive e Sinopse
domingo, agosto 7
Mega Ensaio no Parque - Ambrósia, Reliving e Desideratu
E depois de um lamentável sumiço do calendário alternativo da cidade, eis que temos um empolgante – e colorido, muito colorido – sábado dedicado ao “ensaio” de algumas bandas dispostas a mostrar seu “trabalho”. Desta vez, o Ensaio no Parque foi anunciado como MEGA Ensaio no Parque (?!) por motivos que eu realmente agradeceria se alguém me apontasse.
Responsável pelo teor glicêmico do evento, tivemos a estréia da banda Ambrósia, um cruzamento inusitado de Fresno com uma dupla sertaneja, que ainda espera por uma definição mais precisa para suas letras literalmente adocicadas e com um conteúdo que provou não englobar apenas romancezinhos adolescentes como pensamos à priori: algumas letras também falam do fim deles.
O clima acústico da banda formada apenas por um violão e uma guitarra completamente ofuscada – porém desta vez temo que a culpa não tenha sido dos integrantes – acompanhando três vocais (dos quais dois só serviam mesmo para atrapalhar) fazia com que eu me convencesse cada vez mais veementemente de que a existência do guitarrista e da dupla sertaneja era necessária apenas para que a “menina com o violão” (que, para contrabalancear, não canta tão mal) fosse chamada de “banda”.
E mesmo que desprezada pelos próprios fãs e admiradores, a Reliving chegou perto de fazer sua melhor apresentação em público, o que provavelmente foi produto do volume extremamente baixo do microfone do vocalista. Agradecimentos sinceros aos envolvidos nessa sábia decisão.
E por fim, mais por fim do que se possa imaginar, eis que a desideratu encerrou o evento para o imenso número de presentes que quase alcançava uma dezena de rostos desiludidos, com uma apresentação que não deixou de surpreender na empolgação, considerando as circunstâncias.
A banda investiu nos covers nacionais, alguns que, seguindo a clássica Leão do Norte que sempre é tocada, ganharam boas versões em rock, como as músicas da cantora Elis Regina, que quase nos fizeram esquecer que era Aparício quem cantava (aguardemos. Um dia esse detalhe passará em branco) e enfim demonstraram um pouco de originalidade na banda, que parece – incrivelmente – estar encontrando sua identidade.